DEU NA MÍDIA

04/05/2017 - O que tem nos alimentos industrializados que consumimos?

Você sabe o que tem em um alimento industrializado? Além das matérias-primas naturais, a lista de ingredientes impressa nas embalagens de produtos que consumimos traz algumas siglas e nomes que podem causar estranheza.

Os aditivos alimentares, substâncias --naturais ou químicas-- que são permitidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), estão presentes em muitos produtos da sua geladeira. Mas para que servem?

"Os aditivos são adicionados nos alimentos industrializados para trazer algumas características de sabor, cor, melhorar a conservação, para fazer com eles não oxidem, entre outras coisas", explica a nutricionista Elga Batista, professora da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro).

De acordo com a Anvisa, existem atualmente cerca de 350 aditivos autorizados para uso em alimentos no Brasil. A nutricionista Georgia Silveira de Oliveira coloca os corantes artificiais como substâncias potencialmente alérgicas.

Cabe lembrar que em 2016 a Anvisa determinou que os alimentos tragam em seus rótulos dados alertando sobre a presença de alergênicos (https://noticias.uol.com.br/saude/ultimasnoticias/redacao/2016/07/03/rotulos-devem-alertar-sobre-alimentos-quecausem-alergia-a-partir-de-hoje.htm).

Batista recomenda que a população dê prioridade, sempre que possível, para os alimentos in natura por terem mais nutrientes e substâncias capazes de atuar na redução do risco de doenças que alimentos industrializados.

O que tem nos alimentos industrializados que consumimos?

A reportagem do UOL listou ingredientes presentes em alguns produtos industrializados bastante consumidos no Brasil, e descreve para que serve cada substância.

Na hora de ler as pequenas letras da embalagem, a primeira coisa a saber é que a ordem em que aparecem no rótulo é por quantidade do produto - sendo a primeira a que aparece em maior quantidade na sua composição.

Além dos ingredientes, é importante prestar atenção na tabela nutricional do alimento, que indica a quantidade de gordura, carboidratos, vitaminas e açúcares, entre outras coisas, e o valor de consumo diário recomendado.

Refrigerante de cola

O caramelo IV é um corante artificial muito usado em refrigerantes à base de cola e de guaraná. Já o ácido fosfórico, de acordo com a nutricionista Elga Batista, é o produto que provoca "a leve sensação de formigamento que esse tipo de bebida promove na boca".

Chocolate ao leite

Aqui, a leticina de soja e o poliglicerol polirricinoleato são usados como emulsificantes. Esses produtos servem para deixar a massa do chocolate com textura uniforme e ajudam na solidificação da barra após seu processamento.

Já a gordura anidra aumenta o sabor do alimento. "A gordura anidra é comumente usada em chocolates industrializados para potencializar o sabor e a sensação na boca promovida por esse alimento", explica Batista. Ela alerta, porém, que o consumo de alimentos que contêm essa matéria-prima deve ser evitado "principalmente por obesos e pessoas com colesterol alto".

Isso se deve, explica a nutricionista, pelo fato de ela ser rica em gordura trans e saturadas, "substâncias relacionadas ao ganho de peso e às dislipidemias (colesterol alto)". Batista afirma que a gordura anidra "não é necessariamente 'pior' que uma gordura vegetal hidrogenada, por exemplo, mas é 'pior' que a manteiga".

Lasanha congelada

"Este é um clássico exemplo de alimento ultraprocessado, repleto de aditivos alimentares", afirma Batista. Há na lasanha congelada gordura vegetal hidrogenada, uma matéria-prima rica em gordura trans e "muito relacionada a doenças cardiovasculares" (http://revistavivasaude.uol.com.br/nutricao/gordura-trans-eseus-maleficios-a-saude/1679/#) --há no total, 3 gramas de gordura trans no produto (ou 0,5% do total de 660 g).

Também estão presentes quatro aditivos com sódio, elemento "relacionado à hipertensão arterial (https://estilo.uol.com.br/vida-saudavel/listas/alimentosque-sao-uma-bomba-de-sodio-e-voce-deveria-evitar.htm)": polifosfato de sódio, sorbato de sódio, cloreto de sódio e glutamato monossódico.

O polifosfato de sódio é usado para estabilizar a textura do alimento, ao passo que o sorbato de sódio é um conservante usado para prolongar a vida útil da lasanha, retardando o crescimento de microrganismos que causam sua deterioração. A nutricionista também alerta para a grande quantidade de ácidos, corantes, aromatizantes e conservantes no alimento.

Em 300g do produto, há 14 gramas de gorduras totais, o equivalente a um quarto do consumo recomendado para um adulto por dia.

Salgadinho

Um aditivo presente aqui é o glutamato monossódico, um realçador de sabor à base de sódio, cujo consumo deve ser controlado para hipertensos e pessoas com doenças renais.

Para manter a crocância do salgadinho, é usado o umectante dióxido de silício; já a maltodextrina serve para melhorar a estrutura do alimento. Já os óleos vegetais, "embora possam promover benefícios à saúde, neste caso têm tal potencialidade anulada, já que os mesmos são empregados para a fritura do salgadinho", diz Batista.

A nutricionista explica que isso ocorre porque estes óleos "promovem benefícios à saúde desde que não sejam aquecidos em temperaturas superiores a 180°C".

E para que esse tipo de preparo possibilite a elaboração de alimentos sensorialmente atrativos, diz Batista, "geralmente é necessário usar temperaturas superiores a 200° C" em sua fritura. Cada 25 gramas do produto (1 xícara e meia) têm 9,7 gramas de gorduras totais, ou 18% do total recomendado por dia para um adulto.

Leia a reportagem na íntegra aqui.

Por: Uol notícias