O QUE DIZ A MIDIA
08/01/2021 - O que você precisa saber sobre a CoronaVac, a vacina do Butantan
O Butantan anunciou ontem (7) que a CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o instituto, tem uma taxa de eficácia de 78% na prevenção da covid-19.
Com isso, o instituto entrou com pedido emergencial de registro do imunizante na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O pedido faz da CoronaVac a primeira vacina contra covid-19 a buscar autorização junto ao órgão.
O governador de São Paulo, João Doria, confirmou que pretende começar a imunização no dia 25 de janeiro.
Abaixo, veja 4 pontos que você precisa saber sobre a CoronaVac:
Como funciona a CoronaVac?
A vacina da Sinovac usa vírus inativado, ou seja, que foram expostos em laboratório a calor e produtos químicos para não serem capazes de se reproduzir. Por isso, eles não conseguem nos deixar doentes, mas isso é suficiente para gerar uma resposta imune e criar no nosso organismo uma memória de como nos defender contra uma ameaça.
O processo começa logo após a aplicação da vacina. As células que dão início à resposta imune encontram os vírus inativados e os capturam, ativando os linfócitos, células especializadas capazes de combater microrganismos. Os linfócitos produzem anticorpos, que se ligam aos vírus para impedir que eles infectem nossas células.
Enquanto isso, estimulam a produção e recrutam outras células do sistema imune, que começam a destruir as células que já foram infectadas pelos vírus da vacina. Os linfócitos se diferenciam em células de memória, que permanecem no corpo e permitem uma reação imune mais ágil se o vírus nos infectar de novo.
A aplicação da CoronaVac ocorre em duas doses, sendo a segunda entre 14 e 28 dias após a aplicação da primeira. De acordo com o Butantan, vacinas de covid-19, em geral, estão desenhadas para proteger contra a doença. Portanto, existe a possibilidade de uma pessoa vacinada ser infectada e transmitir a infecção, mesmo sem ter sintomas. A duração da proteção de nenhuma vacina é conhecida neste momento.
Há vantagens e desvantagens da tecnologia da CoronaVac?
A vacina da Sinovac usa uma tecnologia bastante tradicional de imunização, desenvolvida há cerca de 70 anos. Entre as que tomamos que utilizam essa tecnologia, estão as de gripe, hepatite A e poliomielite (na versão injetável).
A seu favor, conta a experiência de décadas no seu uso em saúde pública e sua segurança.
Mas elas são mais caras para serem produzidas, porque é necessário cultivar uma grande quantidade de vírus em laboratório, que devem então ser submetidos ao processo de inativação.
Como é feita a produção pelo Butantan?
No começo de dezembro, o instituto anunciou que a fabricação ocorrerá em turnos sucessivos, sete dias por semana, para que a produção diária alcance a capacidade de 1 milhão de doses por dia.
Desta forma, a fábrica funciona sem parar, 24 horas por dia, para dar conta da demanda.
O primeiro lote terá aproximadamente 300 mil doses. O Butantan espera, assim, ter 40 milhões de doses prontas produzidas localmente ainda esse mês.
Quem mais deve usar a CoronaVac além do Brasil?
Quatro países já aplicam ou têm planos de aplicar o imunizante da chinesa Sinovac.
- China: a CoronaVac ainda não foi oficialmente registrada no país, mas já está sendo usada, em regime emergencial, por funcionários do governo chinês, como profissionais de saúde e equipes que trabalham nas fronteiras. Ela é uma das três vacinas que estão sendo empregadas para este fim.
- Indonésia: o país firmou um contrato para compra de 50 milhões de doses.
- Turquia: o Ministério da Saúde local tem um acordo para o fornecimento de 50 milhões de doses. A vacina ainda não foi oficialmente aprovada no país, mas, segundo o governo turco, será concedida uma autorização de uso antecipada se os laboratórios do país confirmarem que a CoronaVac é segura e após a revisão dos preliminares dos testes de eficácia feitos no país.
- Chile: o país anunciou no fim de setembro ter aprovado a realização de estudos locais de eficácia da CoronaVac. O governo do país fechou ainda um acordo para o fornecimento de 20 milhões de doses.
Fonte: UOL Viva Bem