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21/12/2021 - Ômicron e gripe fazem SP prorrogar uso obrigatório de máscaras

O governo de São Paulo decidiu prorrogar a obrigatoriedade do uso de máscaras até 31 de janeiro. A decisão considerou a disseminação de novas variantes da covid-19, especialmente a Ômicron, e o aumento de casos de gripe.

No fim de novembro, a gestão João Doria (PSDB) chegou a anunciar a liberação do uso ao ar livre a partir de 11 de dezembro, mas recuou na semana seguinte, antes da mudança entrar em vigor, com o anúncio da descoberta da nova variante.

“Lembrando que sempre para modificação de alguma estratégia, nós continuamos nos baseando tanto no número de casos, internações e mortes, e também, de situações novas, como as próprias variantes”, disse o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn. O Estado teve uma média móvel (calculada com base nos últimos sete dias) de 371 novas internações diárias no domingo.

A taxa está em crescimento desde o dia 10, quando foi de 269, a menor de toda a pandemia. No auge, a média foi de 3.399, em 26 de março.

Já o Observatório Covid19BR informou ontem que “houve uma brusca reversão de tendência no número de hospitalizações e atendimentos a casos suspeitos de covid no Município de São Paulo, passando de queda a rápido crescimento, desde o início de dezembro”. “Outros vírus respiratórios e a nova variante Ômicron do SARS-CoV-2 são os agentes mais prováveis, embora ainda não haja dados para termos certeza da importância de cada um para o aumento de hospitalizações.”

O uso de máscaras é obrigatório no Estado de São Paulo desde o dia 1.º de julho do ano passado. O descumprimento da determinação pode ser punido com multas de R$ 552,71, por pessoa física, e de R$ 5.294,38 por estabelecimento.

Segundo o governo, 78,4% da população estimada do Estado está com o esquema vacinal completo.

GRIPE

Já o surto de gripe na capital paulista tem aumentado a busca pela vacina na rede privada. Com 18 laboratórios em oito cidades, o CDB Medicina Diagnóstica esgotou seu estoque de imunizantes em agosto.

Ainda assim, o call center da rede teve um aumento na procura por esse produto, uma tendência que começou há 25 dias e vem aumentando, conta Ricardo Dupin, CEO da Alliar, dona dos laboratórios.

Ele destaca também que o surto tem feito as pessoas procurarem mais por testes do coronavírus, que tiveram um aumento de 30% na primeira semana de dezembro.

“Vínhamos com uma queda na busca pelas testagens, semana após semana, desde maio. Com o aumento dos casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), os pacientes fazem primeiro o exame de covid, o que chamamos de diagnóstico por exclusão.”

O aumento da busca pela vacina contra a gripe na capital paulista tem causado consequentemente o aumento do preço do imunizante. No Jardim Paulista, a Castro & Castro Serviços Médicos Eireli cobrava nesta semana R$ 305 por cada dose. E no estoque havia apenas oito disponíveis.

CRÍTICA

Integrante da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Ana Karolina Barreto Marinho alerta que as vacinas disponíveis no Brasil não cobrem o subgênero da cepa Darwin, responsável pelo atual aumento de casos. “Não vejo benefício (da vacinação) neste momento. “A vacina eficaz será a do ano que vem.”

Fonte: O Estado de S.Paulo