O QUE DIZ A MÍDIA
29/07/2019 - OMS reconhece Brasil como referência no combate ao tabaco
Folha de São Paulo
O Brasil se juntou à Turquia e se tornou o segundo país a implementar integralmente todas as medidas de combate ao tabaco indicadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A informação consta no último relatório produzido pela organização sobre a "Epidemia Global do Tabaco", lançado nesta sexta-feira (26) no Rio de Janeiro.
Com duas páginas dedicadas aos esforços do Brasil no combate ao fumo, a sétima edição do relatório da OMS mostra que a porcentagem de fumantes no país caiu de 15,6% em 2007 para 10,1% em 2017.
O ministério da Saúde informou que quase 1,6 milhão de brasileiros realizaram o tratamento de cessação do tabaco na rede pública entre 2005 e 2016. O tratamento é oferecido em mais de 4.000 unidades de saúde.
Cigarros gigantes no meio da rua
Segundo OMS, porcentagem de fumantes no país caiu de 15,6% em 2007 para 10,1% em 2017 - Daniel Casell/AFP
Durante o lançamento do relatório, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta criticou os donos das empresas tabagistas e os acionistas que lucram com o setor.
"Vai chegar o dia em que os próprios donos das empresas tabagistas terão vergonha e eles mesmo fecharão suas fábricas. O dia em que os acionistas do mundo inteiro pararem de comprar ações de empresas tabagistas, porque são eles que fomentam o lucro em cima do sofrimento alheio", afirmou.
Entre as medidas indicadas pela OMS, estão a proteção da população contra a fumaça do tabaco, advertências sobre os perigos do fumo e o aumento dos impostos sobre o produto.
Os impostos sobre o tabaco vem crescendo no Brasil na última década. Hoje, já representam 83% do preço final da marca mais vendida no país.
Em março, o ministro da Justiça Sergio Moro criou um grupo de trabalho para avaliar a possibilidade de reduzir a tributação sobre os cigarros fabricados no Brasil. O objetivo seria diminuir o consumo de cigarros estrangeiros de baixa qualidade e o contrabando.
A jornalistas, Mandetta reforçou que o ministério rejeita a redução de impostos sobre o tabaco como caminho para reduzir o contrabando. Segundo ele, o interesse da saúde pública prevalece sobre as demais questões.
Na manhã desta sexta, os ministros da saúde do Brasil e do Paraguai, Julio Mazzoleni, assinaram um acordo de cooperação bilateral para o controle do tabaco, com o objetivo de reduzir o comércio ilícito entre as fronteiras. Além disso, segundo Mazzoleni, uma reforma tributária já em curso pode aumentar os impostos sobre o tabaco no Paraguai.
De acordo o relatório da OMS, o consumo de tabaco diminuiu proporcionalmente na maioria dos países. Ainda assim, com o crescimento demográfico, o número de fumantes continua alto —é estimado em 1,1 bilhão, sendo 80% de países de baixa e média renda.
No relatório, a organização alerta para o uso dos cigarros eletrônicos, argumentando que eles também contêm nicotina e que faltam informações sobre o impacto na saúde e na mortalidade a longo prazo.
A OMS afirma que 5 bilhões de pessoas vivem em países que introduziram medidas de controle ao tabaco, número quatro vezes maior do que há uma década.
Educação Médica
Valorização de Honorários
Financiamento da saúde
Carreira de Estado
Redução de impostos
Pesquisas Datafolha