Operadoras estudam novo modelo de pagamentos aos médicos

12/12/2016 - Operadoras estudam novo modelo de pagamentos aos médicos
As operadoras de planos de saúde estudam uma grande mudança para o sistema de saúde suplementar: a implementação do Diagnostic Related Groups – mais conhecido como DRG. Atualmente, o modelo é aplicado em 20 países, inclusive nos Estados Unidos. A ideia é que ele substitua o fee for service, que é o pagamento pelo volume de serviços prestados.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) estão realizando projeto piloto que deverá ficar pronto em março.
"Hoje é este o caminho. As operadoras alegam que o pagamento por volume de atendimentos está se tornando impraticável, tanto para os médicos quanto para laboratórios e hospitais. Agora, a ideia é que as remunerações sejam baseadas em performances e resultados. Precisaremos discutir se essa é a melhor opção para a sustentabilidade do sistema”, avalia Marun David Cury, diretor adjunto de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina (APM).
O diferencial do DRG é a reunião de grupos de pacientes com as mesmas doenças e características, estabelecendo um valor fixo para o tratamento. Por exemplo: tratar um homem de 40 anos com pneumonia, sem outros problemas de saúde, seria mais barato do que tratar um idoso de 80 anos, cardiopata e que toma dez remédios ao dia. Também existem compensações financeiras para hospitais com melhores indicadores de qualidade.
Marun Cury acredita que, hoje, os atores que tornam a saúde suplementar dispendiosa são os hospitais, os laboratórios e a judicialização. "Apesar disso, o médico também será afetado por estas mudanças de pagamento. Espero que sejamos tratados como parceiros que somos, em busca de um modelo saudável, que preze pela qualidade e por boas práticas, incluindo a valorização de nossos honorários e atuação”, afirma.
*Com informações da Folha de S. Paulo