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28/05/2020 - Perda de olfato foi sintoma mais frequente em estudo com 2 mil pacientes de Covid-19

G1

A perda de olfato foi o sintoma mais frequente relatado por 2.013 pacientes com Covid-19 que participaram de um estudo publicado nesta terça-feira (26) na revista científica "Annals of Internal Medicine". Segundo a análise, 1.754 pessoas, o equivalente a 87,2% do total, reportaram algum nível de perda.

"Os resultados destacam a importância de considerar a perda de olfato e paladar no diagnóstico de Covid-19 leve a moderado", analisaram os autores. Cerca de 8% dos participantes foram hospitalizados, mas nenhum precisou de cuidados intensivos.

A pesquisa foi feita em 18 hospitais europeus. Entre os pacientes analisados, 73,1% declararam ter perdido completamente o olfato, enquanto os 14,1% restantes relataram perda parcial. Segundo os autores, as pessoas que relataram perda no olfato tiveram o problema depois de outros sintomas da Covid-19. A duração média do sintoma foi de 8,4 dias.

Depois da perda de olfato, o segundo sintoma mais frequente foi a dor de cabeça (70,1% relataram o problema). Mais da metade das pessoas, 1.136, relataram ter sentido problemas no paladar; já a febre foi relatada por menos da metade (40,6%).

Os pesquisadores não encontraram, entretanto, relação entre a perda de olfato e a obstrução, ou entupimento, nasal, e ressaltaram que mais estudos sobre o assunto são necessários.

"Estudos futuros são necessários para entender os mecanismos fisiopatológicos subjacentes à perda de olfato e paladar na Covid-19", avaliaram.

Limitações

Os cientistas também pontuaram algumas limitações no estudo:

  • Entre os pacientes que disseram ter tido problemas de olfato, um terço não teve esse problema constatado por um teste objetivo. Ou seja: 1 a cada 3 pacientes teve testes de olfato com resultados normais, apesar de ter relatado problemas. Os pesquisadores acreditam que isso pode ter ocorrido porque as pessoas participaram do estudo depois de saber que tinham Covid-19: dessa forma, podem ter lido sobre os sintomas da doença e sido influenciadas.
  • Os pacientes hospitalizados foram avaliados no momento da alta, o que pode ter influenciado a avaliação da duração dos sintomas.