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02/09/2021 - Pesquisa: pandemia impactou mais saúde mental de jovens

Além das sequelas físicas, a covid-19 deixou também uma herança de transtornos mentais para as pessoas.

Uma pesquisa realizada pela Pfizer Brasil apontou que os jovens foram o grupo etário que mais teve a saúde mental afetada pela pandemia no país. Os resultados do levantamento, divulgados ontem, mostram que 50% dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos classificam a própria saúde mental como ruim (39%) ou muito ruim (11%) durante a pandemia.

De maneira geral, ao avaliar todas as faixas etárias, o número que considera a própria saúde mental ruim ou muito ruim é menor, 30%. A pesquisa foi realizada com 2 mil pessoas na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Curitiba, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.

Ao responder sobre quais sintomas característicos de transtornos mentais — como ansiedade e depressão — foram sentidos durante a pandemia, a maioria dos entrevistados (42%) citou a tristeza. Além disso, grande parte dos participantes da sondagem também indicou ter sentido insônia (38%), irritação (38%), angústia e/ou medo (36%) e crises de choro (21%).

Apesar de fatores diretamente ligados à covid-19 estarem entre os relacionados ao impacto da saúde mental nesse período, a situação financeira difícil e o acúmulo de dívidas foram citados por 23% das pessoas ouvidas como aspecto que mais impacta o bem-estar individual. Na sequência aparecem o medo de pegar covid-19 (18%) e a morte de alguém próximo (12%).

Apesar de terem sentido sintomas que são alertas para transtornos mentais, a maioria das pessoas não procurou ajuda profissional durante a pandemia. Cerca de 63% não identificaram que precisam de suporte para cuidar da saúde mental. Do outro lado, 21% chegaram a procurar auxílio profissional, sendo que 11% dessas pessoas estão em tratamento. Outros 15% não procuraram, mas acreditam que precisam de tratamento com um especialista.

Diante do avanço desse problema na sociedade, o Ministério da Saúde lançou, ontem, o curso de formação de multiplicadores em urgências e emergências em saúde mental por conta da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio. Médicos e enfermeiros serão capacitados para realizar atendimentos de pacientes em sofrimento psíquico, quadro agravado devido à pandemia de covid-19.

O objetivo é oferecer orientações técnicas sobre condutas humanizadas e terapêuticas, oferecendo “uma assistência cada vez mais adequada para os pacientes em sofrimento psíquico”. (MEC com Fernanda Strickland)

Fonte: Correio Braziliense