21/08/2019 - Pesquisadores brasileiros detectam hanseníase resistente a tratamento padrão no Pará
BBC
Uma doença considerada erradicada em grande parte do mundo ainda é um problema desaúdepública no Brasil: a hanseníase tem cerca de 28 mil novos casos registrados por ano no país, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial de novos pacientes diagnosticados, atrás apenas da Índia.
Agora, um estudo recente publicado por pesquisadores brasileiros indica que o problema pode ser ainda mais sério: detectou-se uma existência de bactérias resistentes ao tratamento-padrão em maior proporção do que os números divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Por muitos anos, a OMS dizia que não existia resistência, que a hanseníase é 100% curável. Isso não é verdade", diz Marcelo Mira, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da PUC-PR e líder do estudo.
"Mas, no passado, não tínhamos as ferramentas para detectar isso. AMycobacterium lepraeé a única bactéria que causa a doença em humanos e que não pode ser cultivada em laboratório, em meio de cultura. Só nos anos 90 começaram a surgir os primeiros testes moleculares, que permitem identificar a resistência diretamente nogenomado bacilo", explica.
O tratamento-padrão para a hanseníase é a chamada poliquimioterapia (PQT), uma associação de drogas como a rifampicina e a dapsona, remédios para os quais o levantamento testou a resistência. No estudo, os pesquisadores detectaram a maior proporção de cepas resistentes daM. lepraejá reportada em uma determinada comunidade: 43,2% dos casos apresentavam resistência a algum dos medicamentos, e 32,4% possuíam resistência dupla.
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