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07/06/2021 - Peste: Nordeste e Teresópolis/RJ são principais focos da doença

Bubônica, septicêmica e pneumônica são as três frequentes formas de manifestação de peste, doença contagiosa causada pelo bacilo gram-negativo Yersinia pestis. De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em Boletim Epidemiológico, mesmo com o último caso humano brasileiro registrado em 2005, existem ainda duas áreas com focos naturais preponderantes: região Nordeste e Teresópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Normalmente, a infecção zoonótica é transmitida através da picada de uma pulga infectada. Outras formas de contrair a doença se dão por meio de “manuseio direto de tecido animal com lesões cutâneas abertas, inalação de bactérias aerossolizadas, consumo de animais infectados e disseminação de humano para humano”, pontua boletim.

A região semiárida do Polígono das Secas do Nordeste, em vários estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia) e nordeste de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha) e outras regiões mineiras, Vale Do Rio Doce e Serra dos Órgãos (limites dos municípios de Teresópolis, Sumidouro e Nova Friburgo), foram registrados focos da peste.

“Os surtos registrados entre 1902 até 1960, em Pernambuco (PE), colocaram o estado em posição de alerta nos cenários nacional e internacional, mas também de destaque na produção de conhecimento, reconhecida até hoje”, informa a publicação da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical “Peste: ameaça silenciosa e problema de saúde pública mundial”.

Segundo o informativo, a vigilância epidemiológica, além de objetivar reduzir a letalidade e diagnosticar oportunamente os casos notificados, monitora e controla os focos naturais, com a “busca ativa de casos (monitoramento animal e visitas domiciliares), profilaxia (despulização de imóveis) e controle.

Entre 2010 e 2015, segundo a Organização Mundial da Saúde, foram notificados 3.248 casos de peste bubônica em todo mundo, com 584 mortes. Desde o ano 2000, 95% dos registros se concentram no continente africano. Entretanto, a OMS classificou, em 2018, a peste como uma doença reemergente com tendência ao aumento do número de infecções e de sua dispersão geográfica.

 

Sintomas, diagnóstico e tratamento

A peste bubônica, mais comum no Brasil, apresenta sinais e sintomas em intensidades variáveis: cefaleia, febre, dores generalizadas, mialgias, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral.

Já a peste septicêmica primária é caracterizada pela presença permanente do bacilo no sangue. As manifestações clínicas são semelhantes à bubônica, mas sem a presença do bubão. A peste pneumônica, quadro clínico mais grave e de alta contagiosidade, pode ocorrer como local primário ou secundário da infecção. Causa tosse, dor torácica e hemoptise, além da febre alta típica associada à peste. As taxas de mortalidade em humanos são próximas a 100% quando não tratada.

Para o diagnóstico, o Ministério da Saúde elenca as técnicas de “isolamento e identificação da Y. pestis, em amostras de aspirado de bubão, escarro e sangue; imunofluorescência direta; sorologia por meio das técnicas de Hemaglutinação/inibição da Hemaglutinação (PHA/PHI); ensaio imunoenzimático (ELISA), Dot-ELISA; e exames bacteriológicos, por meio de cultura e hemocultura.”

O tratamento para a doença inclui aminoglicosídeos, fluoroquinolonas, tetraciclinas, sulfamidas, sulfadiazina e tratamento de suporte (para casos potencialmente fatais).