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Em entrevista concedida a uma rádio local, o presidente da Sociedade Médica de São Carlos, Regional da Associação Paulista de Medicina, Luiz Tadeu Marques Vicentin, repercutiu a atual crise na rede pública de Saúde do município, provocada pelo prefeito Airton Garcia ao demitir 89 profissionais de Medicina e fechar duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs).

A Associação Paulista de Medicina, que lançou um manifesto de solidariedade aos médicos e demais cidadãos de São Carlos, vem acompanhando, com consternação, o desenrolar do caso.

Vicentin deu detalhes do objetivo do manifesto: “Estamos buscando evitar que se continue tomando atitudes não condizentes com o cargo de prefeito. Por exemplo, fechar as UPAs, que fazem uma falta cruel ao atendimento. É muito triste passar em frente à única UPA que funciona e ver a quantidade de pessoas esperando para serem atendidas, o tanto de sofrimento que isso acarreta. Em todos os lugares há falta de médicos”, desabafou.

Segundo o presidente da Regional, a APM não foi consultada sobre nenhuma decisão a respeito do problema, que se agravou após o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo julgar irregular a contratação de médicos pelo regime de Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). “A Prefeitura poderia ter procurado uma saída junto ao Ministério Público, fazendo um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) até a contratação de médicos concursados”, argumentou.

Ele também aproveitou a oportunidade para denunciar a falta de pagamento aos médicos que atendem na Santa Casa de São Carlos. “Embora seja um caso à parte, a Santa Casa precisou entrar na Justiça porque a Prefeitura não repassava as verbas. Grande parte dos médicos, como os que trabalham na UTI adulto, neonatal, enfermaria de pediatria, entre outros, não está recebendo salário. Ao lado do órgão de representação da Santa Casa, estamos tentando negociação para resolver o problema. É muito duro o médico trabalhar e não receber o seu dinheiro”, lamentou.

A Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoal de São Carlos publicou no Diário Oficial a convocação de 83 médicos classificados e habilitados em processo seletivo, sendo 55 deles para urgência e emergência, 19 clínicos gerais e 9 especialistas, que vão integrar o atendimento nas Unidades de Saúde.

Ouça a entrevista completa aqui.