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27/09/2021 - Reforço da Pfizer amplia anticorpos em vacinados com Coronavac

O reforço com a vacina da Pfizer aumentou em até 20 vezes o nível de anticorpos em pessoas imunizadas com o esquema completo da Coronavac.

Os resultados preliminares foram revelados em estudo no Uruguai, onde 24% já receberam três doses contra a Covid-19.

O reforço com a vacina da Pfizer aumentou em até 20 vezes o nível de anticorpos em pessoas imunizadas com o esquema completo da Coronavac, apontam resultados preliminares de um estudo feito no Uruguai, país onde 24% da população já recebeu três doses contra a Covid-19.

Desde o começo de março, cientistas do Instituto Pasteur (IP) de Montevidéu e da Universidade da República (Udelar) realizam um projeto de pesquisa para estudar a evolução dos níveis de anticorpos específicos contra o coronavírus em relação às vacinas e às doses administradas.

O estudo, que envolve aproximadamente 200 voluntários, irá durar dois anos e prevê coletas de sangue periódicas de todos os participantes.

Em um primeiro subgrupo, 57 pessoas tiveram o sangue colhido em quatro ocasiões: antes de serem vacinadas, 18 dias depois da vacinação, 80 dias em média após a segunda dose da Coronavac e 18 dias, em média, após o reforço feito com a vacina da Pfizer.

Na primeira amostragem do estudo, nenhum dos participantes apresentou anticorpos específicos contra o coronavírus, o que era de esperar, pois nenhum deles havia contraído o vírus. Já na segunda, 100% deles apresentaram anticorpos antivirais específicos, em níveis variados.

Após a terceira coleta, uma diminuição geral de anticorpos foi observada em relação aos níveis detectados na segunda amostragem.

Por fim, vale registrar que, após a dose de reforço, verificou-se que todos os participantes tiveram um aumento no nível de anticorpos em média 20 vezes maior do que o observado na segunda coleta.

“São resultados preliminares, em uma população particular”, ressaltou, na última sexta-feira (24), o pesquisador do IP Sergio Bianchi, durante entrevista coletiva.

Os cientistas continuarão monitorando para saber por quanto tempo os níveis de anticorpos antivirais irão se manter após a vacinação.

O Uruguai tem 3,5 milhões de habitantes, e 72% da população já foi vacinada com o esquema completo da Coronavac, da Pfizer ou da Astrazeneca, enquanto 24% já receberam a dose de reforço.

A necessidade de doses de reforço de vacinas contra o coronavírus vem sendo discutida em âmbito mundial. Estudos mostram que a proteção das vacinas cai com o tempo.

No Brasil, profissionais de Saúde passarão a receber dose de reforço da vacina contra a Covid-19, conforme decisão do Ministério da Saúde. A dose deve ser aplicada após os seis meses da imunização completa. A vacina usada será, preferencialmente, da Pfizer.

A dose de reforço já havia sido aprovada para idosos a partir dos 70 anos e em imunossuprimidos. A vacinação foi liberada pelo governo federal a partir de 15 de setembro.

A justificativa do governo na época era reforçar a imunização diante do avanço de variantes do vírus, como a delta.

Todos os imunossuprimidos que já tomaram a segunda dose da vacina há 21 dias poderão receber o reforço.

No caso dos idosos, eles devem ter tomado a segunda dose há mais de seis meses.
O Ministério da Saúde realiza um estudo em parceria com a Universidade de Oxford para avaliar a necessidade de terceira dose da vacina contra a Covid-19.

Iniciado em agosto, o estudo vai verificar a intercambialidade da Coronavac com outros imunizantes disponíveis para a população brasileira. Ele deve abrir uma nova frente: o teste da meia dose de reforço. A ideia é saber se as pessoas que receberem a metade de uma dose completa na terceira aplicação ficam igualmente imunizadas.

A decisão de aplicar a terceira dose em profissionais de saúde foi tomada após o Ministério da Saúde recuar e voltar a indicar que adolescentes sem comorbidade recebam a vacina contra a Covid-19.

Fonte: Folha de S.Paulo