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23/09/2021 - São Paulo antecipa intervalo para segunda dose da Pfizer

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quarta-feira (22) a antecipação do intervalo para a aplicação da segunda dose da vacina Pfizer.

Com isso, a partir desta sexta-feira (24), o intervalo passará a ser de oito semanas, e não mais de doze, como acontecia até agora.

Assim, todas as pessoas que tomaram a primeira dose de Pfizer há pelo menos 8 semanas podem ir se vacinar nos postos do estado, a partir desta sexta, mesmo que o cartão de vacinação indique uma data posterior para o retorno.

De acordo com o governo estadual, 6,9 milhões de pessoas que iriam completar o esquema vacinal até o fim do ano vão ser beneficiadas.

O anúncio foi feito no Instituto Butantan, na capital paulista, durante a divulgação da venda de 2,5 milhões doses da Coronavac para cinco estados, após o fim do contrato do instituto com o Ministério da Saúde para o fornecimento das doses para o Plano Nacional de Imunização.

Os governadores do Pará, Helder Barbalho (MDB), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Piauí, Wellington Dias (PT), e do Ceará, Camilo Santana (PT) estiveram presentes no anúncio. O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), não foi ao evento e teve sua falta justificada por Doria.

O Pará irá receber 1 milhão de doses, Espírito Santo e Mato Grosso contrataram 500 mil doses cada, o Ceará adquiriu 300 mil e o Piauí, 200 mil. As doses serão enviadas a partir do início da próxima semana.

O governador Casagrande afirmou que o Espírito Santo irá ser parceiro do Instituto Butantan no estudo para uso da vacina em crianças de 3 a 11 anos. “Ainda não há liberação [no Brasil], mas a Coronavac já é utilizada para crianças e adolescentes em outros países”, afirmou ele.

Anvisa determina o recolhimento de lote interditado de vacina brasília A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou nesta quarta-feira (22) o recolhimento dos lotes da vacina Coronavac que foram interditados de forma cautelar. Os lotes não poderão ser mais usados no Brasil.

A agência havia interditado 25 lotes da vacina no início do mês, totalizando 12 milhões de doses. A interdição aconteceu porque foram envasados em uma unidade da Sinovac que não passou por inspeção ou análise da agência.

A decisão da Anvisa foi tomada após a constatação de que os dados apresentados pelo laboratório não comprovam a realização do envase da vacina Coronavac em condições satisfatórias de boas práticas de fabricação.

“A Anvisa avaliou todos os documentos encaminhados pelo Instituto Butantan, dentre os quais os emitidos pela autoridade sanitária chinesa. Os documentos encaminhados consistiram em formulários de não conformidades que reforçaram as preocupações da agência quanto às práticas assépticas e à rastreabilidade dos lotes.”

A agência comunicou ainda que, considerando que os dados apresentados sobre a planta da empresa Sinovac em Pequim não comprovam a realização do envase da vacina Coronavac em condições satisfatórias de boas práticas de fabricação, a Anvisa concluiu que não seria possível realizar a desinterdição dos lotes.

Disse também que a realização de inspeção presencial na China não afastaria a motivação que levou à interdição cautelar dos lotes, por terem sido envasados em local não aprovado pela agência.

Caberá aos importadores a adoção de todos os procedimentos para o efetivo recolhimento das unidades restantes e remanescentes de todos os lotes interditados.

No evento de divulgação da venda de doses de Coronavac a outros estados, o governo do estado de São Paulo voltou a afirmar nesta quarta-feira que orientou o Butantan a recolher todas as doses contidas nos lotes interditados.

Em seguida, o presidente do Butantan, Dimas Covas, anunciou a presença de representantes do Sinovac para falar sobre a efetividade da Coronavac. “A qualidade dos testes aplicados nesses lotes não se discute. Esses lotes foram fabricados lá na Sinovac em uma unidade que nem existia quando a Anvisa esteve lá para fazer a fiscalização”, disse.

Ele afirmou que não está descartada a possibilidade de que essas doses suspensas pela Anvisa sejam doadas a outros países da América Latina. Há a possibilidade também das doses serem mandadas de volta para a China. “Há muitas pessoas que receberam as doses desses lotes sem nenhum problema.” “Não se discute a efetividade da vacina, mas a possibilidade de uso. Nós recebemos certificado da Vigilância Sanitária chinesa que aprovou a unidade onde os lotes foram fabricados”, disse Covas.

O Instituto Butantan se pronunciou sobre a decisão da Anvisa também em nota à imprensa, na qual afirmou que a medida já havia sido determinada pelo governador de São Paulo há uma semana, com a substituição voluntária das doses interditadas.

Segundo o instituto, as primeiras 1,8 milhão de doses distribuídas para o Programa Nacional de Imunizações já foram substituídas por vacinas produzidas pelo Butantan com IFA proveniente de fábrica na China, certificada previamente pela Anvisa.

Dessa forma, não houve qualquer prejuízo para o calendário de vacinação estipulado pelo Ministério da Saúde.

“O instituto reafirma que a vacina foi analisada pelo rigoroso controle de qualidade do Butantan e não há qualquer indício de desvio de qualidade nos lotes da Coronavac.” O Butantan ressaltou ainda que a medida cautelar da Anvisa não tem impacto em qualquer outro lote da vacina, especialmente os fabricados no Brasil.

Fonte: Folha de S.Paulo