SAÚDE E SOCIEDADE
01/11/2021 - Saúde na imprensa 01/11/2021
Plano de saúde sobe acima da inflação com retomada de consultas e exames
Ter um plano privado de saúde hoje, é o terceiro bem mais importante para o brasileiro, depois de moradia e educação, segundo pesquisa do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), divulgada em junho, publicou a Folha de S. Paulo em matéria. Algo acessível para menos de um quarto da população (23%), ou 48,3 milhões de pessoas, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), que regula o setor. A restrição decorre da natureza do negócio: a maior parte dos planos de saúde hoje no Brasil são coletivos empresariais (68%), ou seja, é oferecido como benefício para quem está empregado. Outros 13% são planos coletivos por adesão, contratados por meio de sindicatos e associações. Apenas 19% são individuais ou familiares –a maioria dos planos não se interessa por esta categoria porque nela o reajuste é ditado pela ANS. Este ano, os beneficiários de planos de saúde empresariais vão sentir uma alta de 11% no custo do serviço, como um dos reflexos da pandemia. Segundo a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), em julho de 2020, para cada 100 mil beneficiários, havia 60 pacientes internados. ’Em abril deste ano, o número quase dobrou para 114’, diz Vera Valente, diretora da FenaSaúde. ’O ano que vem vai refletir o aumento dos custos deste ano, assim como a maior frequência de uso’, diz ela, que também aponta o aumento ’absurdo’ de insumos médicos, como luvas, máscaras e aventais, que supera em muito a inflação. Em 2020, segundo dados apontados em relatório da Lafis Consultoria, o setor faturou R$ 227,5 bilhões, um aumento de 5% na comparação anual, motivado justamente pelo adiamento de procedimentos médicos, por conta da Covid. Para acessar a matéria completa, clique aqui.
REDUÇÃO
Novembro Azul: cirurgia para retirada da próstata por câncer cai mais de 20% no SUS na pandemia
Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) nesta segunda-feira (1º) mostram que a pandemia de Covid-19 impactou nas cirurgias para retirada da próstata por câncer. Segundo a SBU, houve uma redução de 21,5% na comparação entre 2019 e 2020, informou o G1. Além do tratamento, o diagnóstico da doença também sofreu com a pandemia – houve queda de 27% de exames de PSA e de 21% de biópsias de próstata. O número de consultas urológicas no Sistema Único de Saúde (SUS) também caiu 33,5%. Para o presidente da SBU, Antonio Carlos Pompeo, a queda nos números é preocupante.Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata é o tumor mais frequente no homem. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 65.840 novos casos para 2021, porém muitos podem nem ter sido diagnosticados. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), também obtidos pela SBU, mostram que a mortalidade por câncer de próstata aumentou cerca de 10% em cinco anos, subindo de 14.542 (2015) para 16.033 (2019).
SEGUNDO PLANO
Responsável por campanhas de vacinação, PNI completou quatro meses sem coordenador titular
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) completou neste sábado (30/10) quatro meses sem coordenador titular. Segundo informou o Globo, desde a saída da enfermeira Francieli Fantinato, em junho, a função é desempenhada por substitutos. Indicado pelo governo ao posto em 6 de outubro, o médico Ricardo Gurgel não deverá mais tomar posse. Outros nomes, sondados para assumir o cargo, declinaram de um possível convite. Nomeado há três semanas, Gurgel anunciou na última quinta que havia sido informado de que não tomaria posse. Fontes ligadas à pasta avaliam que o programa já havia sido colocado em segundo plano com a pandemia, o que se intensificou diante da falta de gestão. Nessa esteira, veem a demora e a dificuldade em torno da definição de um nome definitivo para a coordenação do PNI como “preocupante” e “prejudicial” aos trabalhos. Procurada pela reportagem, a pasta evita comentar o assunto e não justifica o fato de Gurgel ter sido nomeado, mas não empossado. “O Ministério da Saúde informa que a servidora Greice Ikeda atua como coordenadora geral substituta do Programa Nacional de Imunização (PNI), conforme publicado no Diário Oficial da União”, diz a nota.
RAIO-X
As desigualdades da medicina no Brasil
Artigo de Antonio José Pereira, engenheiro civil e doutorando pela FGV e superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, publicado na Folha de S. Paulo destacou que a Pesquisa Demografia Médica 2020, realizada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina), constatou que o Brasil já alcançou a impressionante marca de 500 mil médicos, recorde histórico, com média de 2,38 profissionais a cada 1.000 habitantes —o maior quantitativo e a maior densidade de médicos já registrada. Segundo a publicação, é “um cenário que parece positivo para a saúde, mas só parece”. O engenheiro também destacou que hipoteticamente, há médicos suficientes para atender toda a população brasileira, mas na prática eles estão mal distribuídos, o que dificulta o acesso da população. A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aponta a média de 3,5 médicos por 1.000 habitantes no mundo hoje, mas as capitais brasileiras, especialmente as do Sul e do Sudeste, atingem impressionantes 5,65 por grupo de mil moradores. “A Demografia Médica de 2020 também apontou que a maioria dos profissionais é homem branco e jovem. Não há diversidade da medicina brasileira, sobretudo em cargos de liderança”, ressalta ele. Para acessar a matéria completa, clique aqui.