SAÚDE E SOCIEDADE
05/07/2021 - Saúde na imprensa 05/07/2021
Queiroga defende inclusão de vacinas anticovid na cobertura dos planos de saúde
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a defender a inclusão das vacinas contra covid-19 na cobertura dos planos de saúde. Queiroga explicou nesta segunda-feira (5), em entrevista coletiva após reunião com conselho da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que a medida ainda precisa de aprovação da Agência. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo caso não seja autorizado, disse o ministro, o assunto "deixa de existir", mas, antevendo críticas, ele defendeu que a discussão do tema já deva ser iniciada. Para o ministro, essa inclusão se daria de duas formas: a primeira, com o ressarcimento do valor das vacinas aplicadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao governo federal; e a segunda, na aquisição de vacinas pelas operadoras para ofertar aos usuários. "Se as operadoras de plano de saúde ainda não conseguem adquirir essas vacinas, elas podem ser aplicadas no Programa Nacional de Imunização, e aí as operadoras vão ressarcir ao SUS", declarou. Queiroga ressaltou que ainda não há possibilidade de o setor privado adquirir os imunizantes contra covid-19, mas afirmou que a discussão do tema é para um cenário futuro, quando a pandemia se tornar uma endemia. Ao comentar sobre a necessidade de já se começar a discutir o tema, Queiroga reclamou: "Se eu não discutir isso agora 'ah, o senhor não discutiu, e aí não fez a previsão'. Então, esse assunto tem que ser discutido, sim, e precisa ser discutido do ponto de vista técnico". "Quarenta e oito milhões de brasileiros custeiam planos de saúde, e custeiam por um objetivo simples, ter assistência à saúde. Isso abrange desde a atenção primária, até a atenção especializada à saúde, e políticas de vacinação constam na questão da atenção primária", disse o ministro, em defesa da proposta. Ao comentar sobre os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Queiroga se limitou a declarar que só se preocupa com a pandemia, que a CPI não consta de seu "menu de preocupações".
Câmara instala amanhã comissão especial para analisar mudanças em planos de saúde
Será instalada nesta terça-feira (6), na Câmara dos Deputados, a Comissão Especial dos Planos de Saúde. O colegiado vai discutir mudanças no funcionamento de planos de saúde suplementar no País (Projeto de Lei 7419/06 e mais 248 projetos apensados). De acordo com a Agência Câmara o assunto já foi debatido por uma comissão especial em 2017, mas o substitutivo apresentado pelo relator, o ex-deputado Rogério Marinho (RN), não foi votado. A análise do assunto perdeu força em meio a uma enxurrada de críticas de diversos segmentos da sociedade, principalmente de órgãos de defesa do consumidor e das próprias operadoras de planos de saúde. Na última quinta-feira (1º), representantes de entidades médicas denunciaram, em audiência na Câmara, a precarização de serviços diante da baixa remuneração dos planos de saúde aos profissionais, clínicas e hospitais. Segundo a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), 75,6 milhões de brasileiros são atendidos hoje por 696 planos de assistência médica (48 milhões de usuários) e 351 planos exclusivamente odontológicos (27,6 milhões). A reunião está prevista para as 10 horas, no plenário 5. Na ocasião, também serão eleitos o presidente e os vice-presidentes do colegiado.
Cidades mais desenvolvidas do país vacinam mais rápido contra a Covid
Cidades mais ricas e desenvolvidas têm avançado mais rápido na vacinação contra a Covid-19. Em geral, municípios com melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) já conseguiram imunizar mais fatias da sua população do que aqueles com índice mais baixo. Isso se deve principalmente, segundo especialistas e gestores, à existência de redes de saúde básica já fortes, calendários mais eficientes e conscientização constante. Esses locais também têm mais idosos e profissionais da saúde (grupos vacinados antes) e atraem gente de regiões vizinhas. A Folha de S.Paulo analisou microdados do Ministério da Saúde dos 326 municípios com mais de 100 mil habitantes do país até o último dia 21, para evitar distorções por atrasos na notificação. Naquela data, o Brasil havia imunizado com a primeira dose 30% da população em geral —hoje são 36%. Entre as 130 cidades que estavam acima dessa marca, 102 têm IDH superior à média dos grandes municípios. Quase todas ficam em estados do Sul e do Sudeste —apenas 12 se localizam em outras regiões, sendo que nove delas são capitais. “Isso mostra que o melhor desempenho na vacinação tem a ver com a organização da cidade, não só com a riqueza. O IDH se baseia em renda, educação e expectativa de vida, portanto é uma população mais idosa, com mais acesso à informação e menos problema para se deslocar”, analisa Christovam Barcellos, geógrafo e sanitarista da Fiocruz. No outro extremo, 38 das 45 cidades que haviam vacinado menos de 20% dos seus moradores têm IDH abaixo da média. Nesse grupo, 28 estão nas regiões Norte ou Nordeste, oito no Sudeste, duas em Goiás e nenhuma no Sul. Os dois locais com menor proporção de imunizados se situam no Pará, um dos estados com menor cobertura até agora. As cidades de São Félix do Xingu e Tailândia haviam aplicado a primeira dose em menos de 10% dos habitantes, e o IDH de ambas é um dos cinco mais baixos. Entre as com maior índice de desenvolvimento e parcela de vacinados está Vitória, com 46% da população parcialmente protegida até o dia 21. Uma das explicações para o bom desempenho, segundo a secretária municipal de Saúde, Thaís Cohen, é a capilaridade da rede de saúde.
Serrana (SP) tem queda de 95% nas mortes após vacinação em massa com Coronavac
O estudo realizado pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, em São Paulo, traz esperanças para o fim da crise pandêmica da Covid-19, destacou a Agência Saúde. A aplicação da vacina Coronavac reduziu em 95% as mortes da cidade. As internações caíram 86% e os diagnósticos de casos sintomáticos diminuíram 80%. No "Projeto S", como ficou conhecido o estudo, a população da pequena cidade recebeu a vacina do Butantan feita em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac. "Ao atingir-se uma cobertura vacinal de aproximadamente 75% da população adulta do município, foi possível controlar a epidemia no local", informou o Butantan. Foram quase 28 mil adultos vacinados. A redução das mortes, dos casos e das internações foi aferida por meio da comparação dos dados notificados desde o início do projeto até a conclusão da vacinação de todos os grupos prioritários com os três primeiros meses de 2021. Os resultados também mostraram que a vacinação protege tanto os adultos que receberam as duas doses do imunizante quanto as crianças e adolescentes com menos de 18 anos, que não foram vacinados. Um dos grandes desafios do estudo foi que aproximadamente 10 mil dos 28 mil adultos vacinados transitam entre Serrana e Ribeirão Preto, região próxima e de muitos registros de casos da Covid-19. Enquanto Ribeirão Preto e outras cidades vizinhas continuaram apresentando alta nos casos da doença, Serrana manteve taxas baixas de incidência. A vacinação contra a Covid-19 é a prioridade número um do Ministério da Saúde. Até o momento, mais de 140.2 milhões de doses foram distribuídas para todos os estados e o Distrito Federal de forma proporcional e igualitária. Dessas, mais de 103.9 milhões já foram aplicadas.