SAÚDE E SOCIEDADE

06/12/2021 - Saúde na imprensa 06/12/2021

Baixa produção de insumos afeta o desenvolvimento de fármacos no Brasil

A falta de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) foi um ponto de grande preocupação ao longo da vacinação contra Covid-19 neste 2021. Sem a tal matéria-prima das vacinas, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan, tiveram que esperar a normalização das entregas para continuar trabalhando, mesmo com as linhas de produção prontas para finalizar as doses e uma população sedenta por receber as agulhadas. Segundo o Globo, a pausa na distribuição, embora motivada pela pandemia, é também fruto de um problema crônico no país: a produção irrisória desse tipo de insumo. Esse apagão produtivo, além de nos colocar em desvantagem ao longo da pandemia, é um elemento que praticamente impede o avanço de pesquisas de novos medicamentos e vacinas capitaneadas por universidades brasileiras. Cientistas dessas instituições contam que não têm apoio para, por exemplo, lançar estudos clínicos — aqueles que têm a participação de humanos. Normalmente, quem faz essa parte são as farmacêuticas, dado o elevado custo e rigor técnico para o monitoramento. De acordo com estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), somente 5% dos fármacos (o que inclui diversos tipos de medicamentos e vacinas) utilizados no país têm produção interna. O resto é importado. O presidente da Abiquifi, Norberto Prestes, explica que esse cenário é fruto da forte concorrência de preços internacionais. Cobrando menos, países como a China surfam na demanda brasileira com maior facilidade do que as iniciativas locais. Para acessar a matéria completa, clique aqui.

SOBERANIA 

’Brasil precisa de autonomia no campo da saúde’, diz deputado Luizinho

Participante do primeiro painel do CB Fórum Live ’Inovação além do tratamento’, o médico e deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), conhecido como Luizinho, ressaltou a necessidade de o Brasil ter autonomia no campo da saúde. Para ele, a soberania no país neste setor se viu ainda mais necessária na pandemia da covid-19. O primeiro painel do fórum tratou sobre a inovação além do produto na indústria farmacêutica. No evento, realizado pelo Correio Braziliense, o deputado defendeu a aprovação de projetos de lei que facilitem a entrada de empresas estrangeiras no Brasil para a produção de insumos e materiais de saúde no Brasil, que é, segundo ele, o maior comprador do mundo em saúde. Desta forma, para tentar unir inovação com geração de emprego e renda no país, o deputado apresentou um projeto de lei, em 2019, para instituir a Estratégia Nacional de Saúde. ’Ela faz com que o Brasil possa trazer e considerar empresas estratégicas para a área de saúde, empresas que venham produzir no nosso país materiais, medicamentos, insumos, tentando trazer a soberania para o Brasil no campo da saúde’, indicou. O Projeto de Lei nº 2.583 está pronto para ser pautado na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), a qual Luiz Antonio é presidente. O médico, indicou que a pandemia da covid-19 mostrou que países com mais soberania na área da saúde como China e Índia podem reter insumos e atender quem desejar em um momento de dificuldade.

PARCERIA 

Ministro da Saúde se reúne com líder da vacina de Oxford para acelerar instalação da universidade no Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se reuniu nesta segunda (6) com o professor Andrew Pollard, que liderou o grupo de pesquisas da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, informou a Folha de S. Paulo. Queiroga assinou em outubro uma carta de intenções entre o governo brasileiro e a universidade para trazer ao Brasil uma unidade da instituição para pesquisa e educação. Ela será instalada no Rio de Janeiro e será a primeira unidade da instituição na América Latina. A unidade de Oxford no Brasil deve priorizar a pesquisa em saúde global, além da formação de novos profissionais na área de doenças infecciosas, pesquisas clínicas e desenvolvimento de imunizantes. Haverá cursos de mestrado, PHD e atualização para profissionais. O centro ainda terá as atividades focadas no desenvolvimento clínico de novos medicamentos e vacinas.O lado brasileiro deve atuar por meio de instituições tradicionais como o Instituto Nacional de Cardiologia, o Instituto Nacional do Câncer e o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.

RESISTÊNCIA 

Detecção de superbactérias em hospitais triplica na pandemia

Ao longo da pandemia de Covid-19, triplicou a disseminação de superbactérias, microrganismos resistentes a diversos antibióticos, em hospitais brasileiros, mostra análise do LAPIH (Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz), da Fiocruz, informou a Folha de S. Paulo. O levantamento foi feito a partir de amostras de bactérias isoladas em oito laboratórios estaduais de saúde pública e enviadas à Fiocruz para uma análise mais detalhada. O grupo pertence a uma rede de monitoramento de resistência bacteriana da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Ainda não há dados consolidados de todo o país. O problema das bactérias resistentes até a antibióticos mais modernos, como os carbapenêmicos, é anterior à pandemia, mas piorou muito durante a crise sanitária. Entre as hipóteses estão o alto volume de pacientes muito graves nos hospitais e o aumento do uso de antibióticos.Uma estratégia tem sido voltar a usar antibióticos mais antigos, como a polimixina, que, embora mais tóxicos, mostraram-se eficazes no combate a algumas dessas bactérias resistentes. Ocorre que até eles estão perdendo o páreo. Para acessar a matéria completa, clique aqui.