SAÚDE E SOCIEDADE

07/06/2021 - Saúde na imprensa 07/06/2021

Ministro da Saúde afirma que negocia 100 milhões de doses de vacinas da Moderna

O Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a pasta negocia a aquisição de 100 milhões de doses de vacinas desenvolvidas pela empresa norte-americana Moderna contra a Covid-19. As informações foram dadas na manhã desta segunda-feira (7). Segundo a Folha de S.Paulo outros detalhes não foram repassados. Em março, a pasta já negociava a aquisição de 13 milhões de doses de vacinas desenvolvidas pela empresa. A possibilidade de obter doses da vacina havia sido discutida em reunião entre integrantes da Saúde e representantes da Moderna. As discussões começaram em meio a críticas de demora da pasta para fechar acordos e em um momento em que o país enfrentava nova escalada da epidemia, com relatos de colapso no sistema de saúde em diferentes estados. Em audiência no Senado em fevereiro, o até então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, comentou a possibilidade de compra das doses da Moderna, mas se queixou do valor exigido pela empresa. "A Moderna nos apresentou uma proposta também em um altíssimo valor de US$ 37 a dose, e nós topamos negociar, mas só entrega em outubro", disse, sobre a proposta da época. Ainda não houve pedido da Moderna para aval à aplicação da vacina no Brasil, o que é definido por meio da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O imunizante, no entanto, já foi aprovado por outras agências reguladoras reconhecidas, caso da EMA (Europa) e do FDA (Estados Unidos). Durante os testes clínicos, a vacina registrou 94,1% de eficácia na proteção de casos sintomáticos de Covid-19. A empresa Moderna anunciou no mês de maio que sua vacina contra a Covid-19 é "altamente eficaz" em adolescentes de entre 12 e 17 anos, segundo os resultados completos dos ensaios clínicos. O estudo da Moderna foi feito com mais de 3.700 participantes entre 12 e 17 anos nos Estados Unidos, dos quais dois terços receberam a vacina e um terço recebeu placebo. Nesta segunda-feira (7), a empresa anunciou que apresentou pedidos para a autorização de uso de sua vacina contra a Covid-19 em adolescentes no Canadá e na União Europeia. 


Vacina da Pfizer reduz pela metade chance de infecção pelo coronavírus 13 dias após a primeira dose  

Um estudo de efetividade da vacina da Pfizer em Israel mostrou que a vacina reduz em 51,4% casos de Covid-19 entre o 13º e o 24º dia após a primeira dose. De acordo com a Folha de S.Paulo esse valor é muito similar à taxa de proteção conferida pelas duas doses da vacina Coronavac, de 50,7%, segundo o ensaio clínico. No Brasil, a imunização completa com a Coronavac é feita com intervalo de 21 a 28 dias entre as duas doses. Já a Pfizer é aplicada com um intervalo de três meses entre a primeira e a segunda dose. O artigo descrevendo o estudo foi publicado nesta segunda-feira (7) na revista científica Journal of the American Medical Association (Jama). O estudo não avaliou a efetividade da vacina da Pfizer após a segunda dose, mas estudos conduzidos nos Estados Unidos e Inglaterra confirmaram a maior proteção, de mais de 90%, da vacina após as duas doses. A pesquisa do tipo comparativa analisou dados de 503.875 indivíduos que receberam a 1ª dose da Pfizer entre os dias 19 de dezembro de 2020 e 15 de janeiro de 2021 no país. A vacina possui registro para uso em toda a população com 16 anos ou mais. Os dados foram coletados do banco de Serviços de Saúde de Maccabi, um dos quatro tipos de Organizações de Manutenção em Saúde (HMO) oferecidos no país. Todos os israelenses são obrigados a ter um registro em um dos quatro sistemas. O serviço de Maccabi inclui cadastros de 2,6 milhões de pessoas, ou pouco mais de um quarto da população de Israel, segundo dados de 2020 do Our World in Data. Para avaliar a efetividade da vacina, os pesquisadores do Centro de Pesquisa e Inovação do Instituto Maccabi e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Tel Aviv compararam a taxa de incidência de novos casos de Covid em dois momentos: entre o 1º e 12º dia após a primeira dose da vacina e entre o 13º e 24º dia. Foram considerados apenas participantes com registro de aplicação da primeira dose da vacina no período estudado e sem resultado RT-PCR positivo para o coronavírus logo antes de receber o imunizante (o dia "zero" do estudo). Indivíduos com dados incompletos na base de saúde nacional ou que se cadastraram somente a partir de fevereiro de 2020 foram excluídos. Os cientistas diferenciaram também a ocorrência de Covid-19 sintomática contra apenas a infecção por Sars-CoV-2 (casos assintomáticos). Os dados de idade, sexo, índice de massa corpórea, comorbidades e fatores socioeconômicos foram incluídos na análise para saber se tinham menor ou maior peso nos casos de Covid registrados. 

Disputa por aumento de plano de saúde volta a esquentar nesta semana  

A pressão para postegar o reajuste dos planos de saúde na pandemia não acabou, e a queda de braço deve crescer nessa semana sobre a categoria dos planos coletivos, como aconteceu no ano passado, informou a coluna Painel S.A. da Folha de S.Paulo. Para o deputado Celso Russomano (Republicanos-SP), a tendência é que a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) suspenda o aumento neste ano. "Vamos fazer uma audiência pública na quinta (10) na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara para questionar as operadoras. Acho que vamos chegar a um termo para não ter aumento, porque a arrecadação dos planos cresceu com a pandemia", diz. A Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) diz que os planos estão enfrentando taxas historicamente altas de ocupação dos hospitais. "Daí a importância de que toda a discussão sobre reajustes leve em consideração o cenário da saúde suplementar, as metodologias de cálculo, as leis e normas aplicáveis, a sustentabilidade de todo o setor privado de saúde", diz a entidade.  
Enquanto as entidades de defesa do consumidor, de um lado, tentam convencer o governo e a ANS a impedirem o aumento neste ano, as empresas fazem pressão contrária. Na semana passada, representantes de companhias do setor tentaram marcar um jantar para defender o aumento com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mas o evento foi cancelado. A entidades Abramge e FenaSaúde, que reúnem as operadoras, dizem não foram convidadas.  

Indústria de genéricos avança em plano de lançamentos após decisão do STF sobre patente  

A decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que no mês passado derrubou o trecho da Lei de Propriedade Industrial que dava margem a patentes com prazo indeterminado já começou a aquecer as farmacêuticas de genéricos brasileiras. Na Eurofarma, serão dois novos produtos possíveis após a decisão do STF, segundo a empresa, que diz estar estudando analisando as patentes liberadas para expandir seu portfólio, destacou a coluna Painel S.A. da Folha de S.Paulo neste domingo (6). O Aché afirma que a determinação abre oportunidades para o lançamento de genéricos e espera uma expansão do mercado.  
Cleiton de Castro Marques, presidente da Biolab diz que já previa a queda das patentes. "Era algo que nos beneficiava em alguns aspectos e nos prejudicava em outros. Temos em torno de 250 moléculas em estudo e algumas já estavam previstas dentro da nova legislação", diz ele.