SAÚDE E SOCIEDADE
16/09/2021 - Saúde na imprensa 16/09/2021
Ministério da Saúde cita 'evento adverso grave' para orientar suspensão de vacinação de adolescentes
O Ministério da Saúde tirou adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades da lista de grupos cuja vacinação contra a covid-19 é recomendada. Por meio de nota informativa divulgada na noite desta quarta-feira (15), a pasta pede que sejam vacinados só os adolescentes com comorbidades ou privados de liberdade. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo o uso da vacina da Pfizer nesta faixa etária foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Parte das cidades, como Salvador e Natal, já mandou parar a imunização nessa faixa etária. Já a capital paulista, por exemplo, informou que não vai suspender. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, em entrevista coletiva, que os adolescentes sem comorbidades que tomaram a 1.ª dose, por ora, não voltem para a 2.ª aplicação. Já aqueles com comorbidade devem concluir o esquema vacinal. O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, informou que 1.578 efeitos adversos foram registrados em adolescentes vacinados contra a covid-19. Destes, 1.378 foram erros de imunização - nestes casos, as pessoas receberam uma vacina ainda não recomendada para a sua faixa etária: AstraZeneca, CoronaVac e Janssen. Medeiros citou ainda um efeito adverso grave, em investigação, registrado pelo Estado de São Paulo. Um adolescente de 16 anos teria morrido depois de ser vacinado. A ligação entre o óbito e o imunizante não está comprovada. O ministério elenca outros pontos para justificar a decisão, clique aqui.
CORONAVÍRUS
Ministro da Saúde diz que há excesso de vacinas no Brasil
Com a antecipação da aplicação da segunda dose travada em ao menos seis estados do país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comemorou a logística de distribuição do governo federal e disse que há "excesso de vacinas" no país. De acordo com a Folha de S.Paulo além dos estados que não têm imunizante para antecipar a segunda dose, há ainda aqueles que tiveram de atrasar o intervalo entre aplicações por falta de vacina. Ainda assim, Queiroga negou nesta quarta-feira (15) que haja problemas de distribuição. "Há excesso de vacina na realidade, o Brasil já distribuiu 260 milhões de doses, 210 milhões já aplicadas", disse o ministro, sem explicar por que há unidades da Federação sem doses disponíveis para seguir o calendário vacinal. Queiroga esteve no Aeroporto Internacional de Guarulhos na manhã desta quarta para um evento de entrega de novo lote de vacinas da Pfizer que serão enviadas aos estados. Questionado sobre os problemas enfrentados em algumas regiões do país, ele negou que haja problema de entrega da AstraZeneca.
CONSULTA PÚBLICA
Anvisa quer ampliar controle sobre produtos usados em pesquisas
A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (15), a abertura de uma consulta pública para atualizar a norma que trata da importação de produtos e medicamentos para pesquisa científica ou acadêmica, informou a Agência Brasil. O objetivo, segundo o órgão, é “aprimorar o controle sanitário na importação de produtos utilizados em pesquisa científica com seres humanos e coibir o desvio de finalidade para consumo irregular desses produtos".A decisão ocorre menos de duas semanas após a agência suspender a importação e o uso de produtos contendo a substância proxalutamida no âmbito de pesquisas científicas no Brasil. De acordo com a Anvisa, a Procuradoria da República no Rio Grande do Sul identificou a realização de estudos com o uso de proxalutamida em seres humanos. As investigações mostraram que unidades hospitalares e clínicas estariam usando o produto à revelia dos estudos científicos aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e, por isso, sua utilização foi proibida.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Uma subcomissão da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aponta a necessidade de reduzir a dependência do Brasil de insumos estrangeiros na produção de remédios, vacinas e outros produtos da área de saúde, destacou a Agência Câmara. Atualmente, mais de 90% dos Ingredientes Farmacêuticos Ativos (IFAs) usados pela indústria brasileira são importados. Entre as sugestões dos deputados estão maior coordenação governamental em relação às ações e políticas para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde (CEIS) e a necessidade de mais incentivos fiscais e a garantia de sustentabilidade financeira do Sistema Único de Saúde (SUS). O tema vem sendo discutido desde março, e o relatório da subcomissão foi aprovado na terça-feira (14). Segundo o relator do grupo, deputado Alexandre Padilha (PT-SP), a pandemia do coronavírus escancarou a importância estratégica de conseguir nacionalizar essa produção. O relatório evidencia que, em cenários de escassez, o País muitas vezes recorre a produtos de baixa qualidade e preços altos. O parlamentar ressalta que, nos últimos anos, houve uma dependência mundial crescente de insumos da China e da Índia. Veja a matéria completa, clique aqui.