SAÚDE E SOCIEDADE
22/06/2021 - Saúde na imprensa 22/06/2021
Osmar Terra diz à CPI da Covid que "gabinete paralelo" é ficção
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) disse nesta terça-feira (22) desconhecer a existência de um "gabinete paralelo" de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro em temas relativos à pandemia. "Não existe esse gabinete paralelo, isso é ficção", sustentou. Segundo o Valor Econômico considerado pela CPI um dos líderes desse grupo, Terra também disse que teve poucos contatos com os supostos integrantes, como os médicos Nise Yamaguchi, Luciano Azevedo e Paolo Zanotto. Também garantiu que esteve poucas vezes com o empresário Carlos Wizard e o ex-assessor Arthur Weintraub, outros supostos membros do "gabinete paralelo". Na versão do deputado, o que havia eram reuniões informais, onde médicos davam suas opiniões a Bolsonaro, que poderia aproveitá-las ou descartá-las. Terra também relatou poucos encontros com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e com o atual, Marcelo Queiroga. Para esse último, contudo, disse mais cedo ter "cobrado" medidas como um inquérito sorológico para testar o nível de imunidade da população.
Nomeado para Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Pazuello ganha sala no Palácio do Planalto
A Secretaria de Assuntos Estratégicos está localizada no prédio anexo à Presidência da República, mas o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que foi nomeado para uma secretaria dentro da SAE, ganhou uma sala no quarto andar do Palácio do Planalto, um acima do gabinete presidencial, destacou o Valor Econômico nesta terça-feira (22). Com a prerrogativa, Pazuello ocupará o mesmo andar em que estão localizadas a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria de Governo, três instâncias cujos titulares, Luiz Eduardo Ramos, Heleno Ribeiro e Flávia Arruda, têm status de ministro. A sala designada para Pazuello fica entre o GSI e a Casa Civil e era ocupada pela antiga secretaria parlamentar da Secretaria de Governo. Pazuello responde ao almirante Flávio Rocha, ministro da SAE. Desde fevereiro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro mudou o status da secretaria. Antes ligada à Secretaria-Geral da Presidência, a SAE passou a ser subordinada diretamente ao presidente. Além disso, transferiu algumas das competências de sua assessoria especial para a SAE. Pela condição de conselheiro adquirida junto ao presidente, o almirante Flávio Rocha tem franco acesso ao seu gabinete. A prerrogativa de Pazuello, que é vista com desconfiança pelos futuros vizinhos do ex-ministro no quarto andar, é sinal de que o presidente Jair Bolsonaro pretende manter o general, que é alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, por perto.
Vacina da Janssen de dose única chega ao Brasil; proteção é de até 88% contra casos graves de Covid
Nesta terça-feira (22), o Brasil recebeu as primeiras doses da vacina da Janssen, após obter aval para a liberação de 3 milhões de doses pelo governo dos EUA. De acordo com a Folha de S.Paulo o primeiro lote entregue equivale a 1,5 milhão de doses –a vacina funciona em dose única. Muito conhecida pelos produtos farmacológicos e de higiene, a Johnson & Johnson, através do seu braço farmacêutico Janssen, surpreendeu e saiu à frente de muitas fabricantes de vacinas renomadas, como a Sanofi Pasteur e GSK, no ano passado. De origem belga-americana, a Janssen produziu a vacina de vetor viral não replicante em uma parceria com o Centro Médico Beth Israel Deaconess, um dos mais renomados centros hospitalares de estudo, ligado à Escola de Medicina de Harvard. Chegará aos braços dos brasileiros uma vacina cuja eficácia global, calculada a partir de um ensaio clínico de fase 3 conduzido simultaneamente em oito países, incluindo o Brasil, foi de 66% –uma taxa considerada excelente para uma vacina de apenas uma dose. A vacina oferece ainda uma proteção de 82% contra casos graves 14 dias após a aplicação e de até 88% com 28 dias ou mais. Veja algumas informações sobre a Janssen, seu mecanismo de ação e possíveis efeitos colaterais, clique aqui.
Debatedores pedem atuação da ANS em reajustes de planos de saúde
Representantes de médicos, hospitais e entidades de defesa do consumidor cobraram da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) uma atuação mais firme sobre os reajustes de planos de saúde privados. Em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado (CTFC) nesta segunda-feira (21), os participantes destacaram que os planos são prioridade no orçamento da população, informou a Agência Senado. O senador Reguffe (Podemos-DF), presidente da comissão, afirmou que o modelo atual permite uma “artimanha” das operadoras de planos de saúde que "empurra" os consumidores para os planos de modalidade coletiva, em que não há a garantia de renovação automática e nem regras para reajuste. Frederico Moesch, da Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, destacou que o setor precisa de mais cuidado devido ao valor que os brasileiros enxergam nesse tipo de gasto. Nos planos coletivos, que são contratados por empresas ou associações em nome dos seus funcionários ou filiados, o reajuste fica por conta de negociações entre as partes, sem regras estabelecidas pela ANS. Matheus Zuliane Falcão, analista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), explica que essa inação da agência parte de uma justificativa equivocada. Por sua vez, os prestadores de serviços de saúde afirmam que não estão sendo beneficiados com eventuais aumentos no valor dos planos de saúde. César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), disse que os profissionais de saúde e os hospitais não estão com “a fatia maior” da distribuição dos recursos que circulam no setor. Para ele, a negociação livre sempre resulta em custos maiores para os consumidores, e a falta de normas unificadas prejudica a compreensão do sistema. Marco Aurélio Ferreira, da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), apresentou as dificuldades dos hospitais durante a pandemia, ressaltando aumento de custos com materiais e internações e queda de faturamento com exames. Já Daniela Yokomizo, primeira-secretária da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) no Distrito Federal, reclamou de desequilíbrio na relação entre os planos e os profissionais da área, que recebem valores “aviltantes” que não cobrem parte do custo das atividades. Vera Valente, diretora-executiva da FenaSaúde, confirmou que os hospitais conviveram com mais custos, mas observou que o ano de 2021 traz uma “tempestade perfeita” para as operadoras de planos de saúde, com uma recuperação rápida no número de procedimentos eletivos ao mesmo tempo em que continuam crescendo as internações por covid-19. No entanto, Alexander Jorge Saliba, presidente da Associação Brasileira de Auditores em Saúde (Audif), disse que o atual modelo da ANS favorece a concentração de mercado e pode acabar "empurrando" mais pessoas para o sistema público, se elas não puderem arcar com seus planos de saúde. A ANS participou da audiência apresentando um panorama da regulação de planos de saúde e se colocando à disposição dos vários setores para mais tratativas sobre o tema discutido. O diretor-presidente substituto da agência, Rogério Scarabel Barbosa, declarou que a ANS monitora os reajustes que são efetuados e atualmente trabalha para divulgar essas informações de modo mais eficiente e detalhado.