SAÚDE E SOCIEDADE
22/09/2021 - Saúde na imprensa 22/09/2021
Iniciativas reduzem o tempo de espera para início do tratamento de câncer
O sucesso do tratamento oncológico depende diretamente da jornada percorrida pelo paciente desde a suspeita da doença. Embora o Brasil tenha progredido no acesso a medicamentos e tratamentos especializados nos últimos anos, é preciso avançar em relação à trajetória das pessoas com câncer dentro do sistema de saúde. Essa foi a principal mensagem do painel Labirintos da Saúde: Caminhos do Paciente Oncológico, do 8º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, realizado em formato digital entre os dias 20 e 24 deste mês. Em matéria publicada na Folha de S.Paulo, segundo Paola Torres, médica onco-hematologista e presidente do Instituto Roda da Vida, muitos profissionais da atenção básica não entendem os meandros de um sistema fragmentado e não sabem conduzir corretamente um paciente oncológico, fazendo com que um caminho que já é longo se torne mais demorado, prejudicando a experiência do paciente e os resultados do tratamento. Dados do Ministério da Saúde mostram, que o início do tratamento de mulheres com câncer de mama, entre 2013 e 2018, ocorreu em média 122 dias depois de uma biópsia extra-hospitalar, muito distante do prazo de 60 dias definido por lei, que foi respeitado em apenas 36% dos casos. Nesse sentido, algumas iniciativas ao redor do país têm buscado reduzir o tempo de espera entre a suspeita e o diagnóstico do câncer, assim como o intervalo entre o diagnóstico e o início do tratamento. Para acessar a matéria completa, clique aqui.
QUARENTENA
Com Covid, Queiroga diz estar preocupado com saúde, não com repercussão de gesto obsceno
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, diagnosticado com Covid-19, disse nesta quarta-feira (22) que está bem e que sente apenas sintomas de "uma gripe leve". Queiroga também falou sobre a repercussão de sua reação a um protesto de brasileiros contrários ao governo Bolsonaro em Nova York, na segunda-feira (21). De dentro de uma van, o ministro apontou o dedo médio para o grupo, informou o G1. De acordo com Queiroga, "quem fala o que quer, ouve o que não quer". "Mas este é o assunto que menos me preocupa, neste momento. Estou preocupado, mesmo, é com minha saúde", completou ele. O Ministro permanece nos EUA para cumprir a quarentena, em isolamento, em um hotel. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou, em nota, que os demais integrantes da comitiva brasileira foram submetidos a testes e todos resultaram negativo. O ministro já tinha sido imunizado com duas doses de vacina contra o coronavírus. Até o retorno do ministro ao Brasil, o secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, responderá pelo Ministério da Saúde como ministro-substituto.
LEGISLAÇÃO
Negativa de cobertura e reajustes concentram reclamações sobre planos de saúde
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) destaca, entre os principais problemas relativos aos planos de saúde, as negativas de cobertura e os reajustes, especialmente no caso de contratos coletivos. A informação foi dada pelo analista de saúde do instituto, Matheus Zuliane, em audiência pública da comissão especial que analisa o Projeto de Lei 7419/06, que trata dos planos e seguros privados de assistência à saúde, nesta quarta-feira (22), destacou a Agência Câmara. Zuliane considera a Lei 9656/98, que regulamenta o setor, um avanço, mas disse que ainda há problemas. Segundo ele, essas demandas representam 60% dos casos e normalmente o consumidor é atendido pela Justiça. Conforme Zuliane, também há alto índice de reclamações em relação aos preços, especialmente em relação aos reajustes em contratos coletivos, que não são regulados, diferentemente do caso dos reajustes em contratos individuais, que precisam ser autorizados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Esses reajustes são mais elevados do que a inflação, inclusive na área específica da saúde e, na visão dele, devem ser objeto de análise da comissão. Presidente da comissão, a deputada Soraya Manato (PSL-ES) concorda que é preciso aprimorar a legislação em relação aos reajustes nos contratos coletivos para proteger os consumidores. Para acessar a matéria completa, clique aqui.
MEDICINAL
Restrito à importação, negócio de maconha deve movimentar R$ 40 milhões em 2021
O mercado de maconha para uso medicinal vem dobrando a cada ano, no Brasil. Reportagem do Blog BC+ do jornal O Estado de S.Paulo mostra levantamento realizado pela empresa de inteligência de mercado em cannabis Kaya Mind apontando que, mesmo restrito à importação e dominado pela burocracia, esse negócio deve girar mais de R$ 40 milhões em 2021. O mercado de maconha para uso medicinal vem dobrando a cada ano, no Brasil. Somente no primeiro semestre, foram R$ 21,8 milhões importados. No ano passado inteiro, foram R$ 21,86 milhões e, em 2019, R$ 9 milhões. O compasso atual não compromete a estimativa de que esse mercado gire R$ 9,5 bilhões em 2025, feita pela própria Kaya Mind. Segundo o chefe de Inteligência da empresa, Thiago Cardoso, a projeção considera que o mercado se abrirá, com a permissão para cultivo em território brasileiro, como aconteceu em outros países nos quais o uso de maconha com fins medicinais foi descriminalizado. Para a CEO da Kaya, Maria Eugenia Riscala, o mercado mudará de patamar quando o SUS passar a importar diretamente os medicamentos feitos a partir do óleo canabinoide. Por enquanto, só via Justiça. No primeiro semestre, foram movidas 154 ações para que o sistema público de saúde pagasse pelo tratamento, a um custo de R$ 40 mil por ação para o SUS, segundo a Kaya Mind.