SAÚDE E SOCIEDADE

25/06/2021 - Saúde na imprensa 25/06/2021

Coronavírus dificulta diagnóstico precoce de outras doenças

Em artigo publicado na Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (24), Geraldo Faria, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (São Paulo) e membro da Associação Americana de Urologia e da Associação Europeia de Urologia destaca que vivemos um dos piores momentos da saúde no Brasil. Além da pandemia de Covid-19, com seus inúmeros desdobramentos sociais, econômicos e políticos, a diminuição na identificação de novos casos de pacientes diagnosticados com tumores de próstata, rim e bexiga preocupa a comunidade médica urológica. Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, em parceria com instituições de saúde paulistas responsáveis pelo atendimento de pacientes do SUS, mostra que a pandemia gerou uma redução média, e grave, de 26% no número de novos casos de tumores de rim, próstata e bexiga. Os dados compararam a identificação de registros de câncer gênito-urinário nos anos de 2019 e 2020. As informações são do Hospital Amaral de Carvalho, de Jaú, do Instituto do Câncer da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, do Hospital AC Camargo Câncer Center, de São Paulo, do Hospital das Clínicas da Unicamp, de Campinas, e do Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, de São Paulo. O Hospital das Clínicas da Unicamp, por exemplo, observou uma queda de 52% no diagnóstico de novos casos de câncer de bexiga e 63% nos de rim. Já no Hospital AC Camargo Câncer Center, a redução foi de 24% para os tumores da bexiga e 29% nos de rim. Os dados para o câncer de rim do Hospital São Paulo mostraram redução de novos casos de 35% —40 casos em 2019, contra 26 em 2020. Na análise dos diagnósticos de novos registros de câncer de próstata —tumor urológico de maior prevalência no homem—, a redução média entre todas as instituições foi de 33%. O Hospital AC Camargo apresentou queda de 48%, e o Hospital das Clínicas da Unicamp de 61%. Em números absolutos, o Hospital São Paulo diagnosticou 57 novos casos de câncer de próstata em 2020, ante 76 em 2019. Já o Hospital das Clínicas da Unicamp atendeu 67 novos casos em 2020, contra 172 diagnosticados em 2019. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estimou em cerca de 13.650 novos casos de câncer de próstata em 2020 para o estado de São Paulo. Com a redução média observada nas instituições (33,41%), podemos inferir que, no primeiro ano da pandemia, deixaram de ser realizados em nosso estado aproximadamente 4.560 diagnósticos de novos casos dessa neoplasia maligna. A diminuição da oferta de atendimento nas unidades de saúde, associada ao medo das pessoas de se exporem em locais contaminados, promoveu uma drástica redução na identificação de pacientes com doenças oncológicas. No entanto, o rastreamento sistemático e o diagnóstico precoce dos cânceres urológicos são fundamentais. O quanto antes o tumor for identificado e tratado, melhor será o resultado e a possibilidade de cura. Se não houvesse a pandemia em 2020, teríamos que ter o mesmo número de diagnósticos, ou mais, do que tivemos em 2019 —e o que justamente aconteceu foi uma redução.

Preocupação com Covaxin no Ministério da Saúde é 'zero', diz Queiroga

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quinta-feira (24) que a preocupação da pasta com a vacina Covaxin é "zero". De acordo com Queiroga, a questão está sendo analisada pelo setor jurídico da pasta. A aquisição do imunizante está sendo investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela CPI da Covid. "Está sendo avaliado no jurídico e, quando tivermos uma posição definitiva, nós vamos comunicar para vocês. A preocupação do Ministério da Saúde com esse assunto Covaxin é zero, zero. Estamos trabalhando para antecipar as doses das vacinas que tem registro definitivo e as que tem registro emergencial", disse Queiroga, na saída do Ministério da Saúde, informou o Valor Econômico. Na quarta-feira, o ministro irritou-se ao ser questionado sobre o assunto e não respondeu se a vacina será comprada pelo mesmo preço que foi negociado, o mais caro entre os imunizantes negociados pelo Brasil. "Eu falei em que idioma? Eu falei português. Não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Sputnik" disse. "Futuro é futuro", acrescentou. O servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, que se recusou a assinar um recibo que previa um pagamento antecipado pela importação da Covaxin disse em entrevista a "O Globo", ter se encontrado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro em 20 de março para denunciar as suspeitas sobre a importação do imunizante.  

Anvisa participa de seminários internacionais sobre dispositivos médicos 

Durante o mês de junho, a Anvisa participou de uma série de quatro seminários virtuais sobre dispositivos médicos promovidos pela Food and Drug Administration (FDA), autoridade reguladora dos Estados Unidos. Os seminários tiveram como finalidade compartilhar informações sobre os requisitos e iniciativas do Programa de Auditoria Única em Dispositivos Médicos (Medical Device Single Audit Program – MDSAP). O Programa promove uma abordagem global sobre o controle da fabricação de dispositivos médicos, a segurança dos produtos e a melhoria dos processos regulatórios. O objetivo do MDSAP é permitir que fabricantes de produtos para saúde contratem um organismo auditor, autorizado no âmbito do programa, para realizar uma auditoria única que irá contemplar os requisitos relevantes das autoridades reguladoras participantes. Além da Anvisa e da FDA, são membros do MDSAP as autoridades reguladoras do Canadá (Health Canada), da Austrália (Therapeutic Goods Administration – TGA) e do Japão (Ministry of Health, Labour and Welfare – MHLW – e Pharmaceuticals and Medical Devices Agency – PMDA). Atuam como observadores a Organização Mundial da Saúde (OMS), a União Europeia e a autoridade reguladora do Reino Unido (Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency – MHRA). Os seminários foram divididos em três sessões abertas ao público interessado e um último encontro apenas para autoridades reguladoras da região das Américas, realizado em 24/6, quando houve discussão para obter feedbacks e identificar atividades futuras. Clique aqui e saiba mais sobre a participação da Anvisa no Programa de Auditoria Única em Produtos para a Saúde. 

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realiza webinário sobre Modelos de Remuneração 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) realizará, no dia 08/07, o webinário “Modelos de remuneração baseados em valor”. O evento será realizado remotamente pelo aplicativo Teams das 9 às 12h e terá duas mesas de debates. A primeira será sobre fundamentos e evolução dos modelos de remuneração baseados em valor e contará com as participações da educadora, mentora & consultora em Value-based Health Care (VBHC), Marcia Makidisse; do presidente Instituto Brasileiro de Valor em Saúde (IBRAVS), César Abicalafe; e da gerente senior - analytics na UnitedHealth Group (UHG Brasil), Aline Medeiros. A segunda mesa tratará dos desafios da implementação dos modelos em hospitais. Para esse debate, garantiram presença no webinário: a gerente de Qualidade do Hospital Israelita Albert Einstein, Cláudia Garcia, que falará da experiência do Parto Adequado; o gerente Médico da Rede DaVita Serviços Médicos, André Cassias, que abordará o tema Atenção Primária à Saúde; além do presidente do Grupo IAG Saúde e co-fundador da plataforma de valor em saúde DRG Brasil, Renato Couto, que falará sobre a Experiência dos Hospitais. A superintendente de Economia da Saúde do Hospital Israelita Albert Einstein, Vanessa Teich, participará da apresentação “Os Desafios da Oncologia”. Após a realização do evento, a gravação será disponibilizada na página da ANS no YouTube.  Clique aqui para conferir a programação e se inscrever no evento.