SAÚDE E SOCIEDADE
31/05/2021 - Saúde na imprensa 31/05/2021
Tenho certeza que até o final do ano conseguiremos imunizar toda a população, diz Queiroga
Em um discurso mais focado na economia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (31) ter "certeza de que o país irá imunizar toda a população até o final deste ano". Ele discursou durante o Fórum de Investimentos Brasil 2021. De acordo com o ministro, estudos mostram que para cada 10 pontos percentuais de população vacinada, o Produto Interno Bruto (PIB) cresce 0,13%. Atualmente, o país tem pouco mais de 10% da população imunizada com as duas doses. Segundo o Valor Econômico Queiroga ressaltou no início de sua fala sobre os alertas do presidente Jair Bolsonaro para a necessidade de conciliação entre as políticas de saúde pública e o desenvolvimento da economia. Na contramão do presidente, contudo, Queiroga ressaltou a importância de medidas como uso de máscara e distanciamento social como complemento à vacinação na estratégia de controle da pandemia. O ministro voltou a destacar o programa de testagem em massa que está sendo iniciado pelo governo, com foco em populações vulneráveis, área da educação e do transporte público, entre outras. "Visa a permitir que a sociedade e a economia voltem a funcionar de forma segura", disse o ministro.
União Europeia convida Brasil a elaborar proposta alternativa à quebra de patentes de vacinas
Diante do impasse sobre as patentes de vacinas contra a Covid, a União Europeia sondou informalmente o governo brasileiro para constituir um grupo na OMC (Organização Mundial do Comércio) para debater o tema. O objetivo é apresentar uma proposta alternativa à suspensão dos direitos de propriedade intelectual dos imunizantes, iniciativa capitaneada por África do Sul e Índia. Interlocutores relataram à Folha de S.Paulo que os europeus querem elaborar um texto que seja levado à OMC e consiga vencer o bloqueio no debate sobre as patentes de vacinas e outros insumos usados no combate ao vírus. De um lado, África do Sul e Índia defendem um projeto considerado radical, que prevê ampla moratória nas licenças de ao menos três anos. Enquanto isso, países fabricantes de vacinas, como a Alemanha, resistem. Os Estados Unidos, por sua vez, defenderam publicamente a suspensão temporária de patentes, mas têm sido cobrados a apresentar mais detalhes sobre os termos da proposta. De acordo com pessoas que acompanham o tema, a União Europeia convidou o Brasil para compor um grupo que também deve incluir Chile, Singapura, Reino Unido e Canadá. O país ainda não respondeu a consulta dos europeus, mas considera o movimento promissor para a construção de um consenso na entidade. A ideia é usar como base da proposição a chamada terceira via liderada pela diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala. Trata-se de um conjunto de medidas já apoiadas pelo Brasil que incluem a adoção de políticas que facilitem o aumento da capacidade de produção de vacinas no mundo e a transferência voluntária de tecnologia. Mas o texto que os europeus querem capitanear deve ir além e tratar, em termos menos radicais, sobre direitos de propriedade intelectual. A avaliação é que somente abordando o tema das patentes será possível convencer as dezenas de países que hoje endossam o projeto de Índia e África do Sul a embarcar em uma redação alternativa, o que abriria caminho para a superação do impasse da OMC. Nas palavras de um interlocutor que acompanha o assunto, os europeus sinalizaram que desejam explorar flexibilidades que já existem no acordo Trips —da sigla em inglês para Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio—, inclusive o licenciamento compulsório. Nesse sentido, uma das opções em debate é a atualização de compromissos como a declaração de Doha de 2001 sobre o acordo Trips.
Após imunizar população, Serrana (SP) quer protocolo para reabrir atividades e replicar medidas no país
Depois de ter sido escolhida para abrigar o estudo de vacinação em massa do Butantan, Serrana, na região metropolitana de Ribeirão Preto, quer ser sede de um “evento teste” que mostre os impactos da abertura de atividades econômicas, num modelo a ser replicado no país. É o que afirmou nesta segunda-feira (31) o prefeito de Serrana, Léo Capitelli (MDB), que projeta que o município tem condições de servir de parâmetro para a retomada do país após o estudo do Butantan mostrar que a vacinação conseguiu reduzir em 95% as mortes por Covid. De acordo com a Folha de S.Paulo a cidade, que enfrentava uma difícil situação com hospitais lotados devido ao novo coronavírus, foi escolhida pelo instituto para analisar o impacto e a eficácia da vacinação em massa na redução de casos da doença e no controle da pandemia. “O estudo ratifica a importância da imunização. Ela, casada com os protocolos sanitários, são o caminho para a gente vencer essa guerra. Temos dialogado com o Butantan, o Hospital Estadual e a USP para não sermos só a cidade da vacinação em massa, mas que tenhamos um protocolo para as retomadas econômica, social e educacional, que sirva de parâmetro para replicar no restante do país”, disse Capitelli. Apesar dos resultados positivos, as medidas sanitárias continuam sendo aplicadas na cidade, como o uso de máscaras e a adoção de barreiras sanitárias. Desde a última sexta-feira (28), a prefeitura colocou equipes da Guarda Civil Municipal e da Vigilância Epidemiológica nas entradas da cidade, com o objetivo de monitorar a entrada de moradores de cidades vizinhas, que vivem colapso em seus sistemas de saúde devido à Covid-19. A cidade segue a fase de transição do Plano São Paulo, mas quer que as restrições sejam reduzidas justamente devido ao avanço da vacinação. A campanha de imunização em massa em Serrana atingiu cobertura vacinal geral de 95,7% do público alvo —pessoas acima de 18 anos—, com 27.160 participantes que receberam as duas doses da Coronavac. O município tem 45 mil habitantes. Foram registrados seis óbitos por Covid-19 entre os vacinados, sendo que cinco das vítimas tinham tomado apenas uma única dose do imunizante e, no último caso, a pessoa morreu dois dias após receber a segunda dose da vacina. Nenhum dos eventos adversos foi relacionado à vacinação, segundo o Butantan. Em 12 de fevereiro, cinco dias antes do início do projeto do Butantan, a cidade do interior tinha 2.470 casos da doença, com 57 óbitos. No último dia 24, chegou a 3.969 casos do novo coronavírus, com 87 óbitos.
Pfizer pede à Anvisa para ampliar indicação de vacina contra Covid a adolescentes a partir de 12 anos
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu um pedido da Pfizer para ampliar a faixa etária de indicação da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela empresa com a BioNTech para adolescentes com 12 anos ou mais, informou a Folha de S.Paulo. Atualmente, o imunizante está autorizado para uso em adolescentes a partir de 16 anos. O pedido da empresa seria para alterar a bula da vacina. Em nota, a Anvisa diz que o pedido da Pfizer foi protocolado em 13 de maio. O prazo para avaliação é de até 30 dias. Em geral, para que haja uma nova inclusão de faixa etária nas indicações em bula, o laboratório que desenvolveu o produto deve fazer um pedido à agência e apresentar estudos que demonstram a relação de segurança e eficácia para este grupo, informa a Anvisa. Na sexta-feira (28), a agência regulatória europeia de medicamentos (EMA) aprovou o uso da vacina da Pfizer na faixa etária de 12 a 15 anos. Aprovação semelhante havia sido dada nos Estados Unidos, no começo deste mês. O imunizante também já era autorizado nesses locais para adolescentes a partir dos 16 anos. Uma eventual aprovação pela Anvisa da mudança, porém, não indica que o imunizante já passaria a ser oferecido a esse grupo, uma vez que a organização da campanha de vacinação cabe ao PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde. Na sexta (28), o programa anunciou que estados e municípios que já tiverem concluído a vacinação contra Covid de professores e outros grupos prioritários anteriores podem ampliar a oferta de doses para a população em geral, por meio de divisão por faixa etária do maior ao menor. Documento da pasta, porém, indica a oferta dentro da faixa de 18 a 59 anos, começando em ordem decrescente (ou seja, a partir dos 59 anos, devido ao maior risco de agravamento e mortes por Covid nas faixas etárias mais altas). A medida ocorreria ao mesmo tempo em que a vacinação dos últimos grupos prioritários é concluída. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também tem dito que a meta atual é vacinar toda a população adulta até o fim deste ano, sem mencionar adolescentes. Isso ocorre pela baixa oferta de imunizantes aprovados a esse grupo.