O QUE DIZ A MÍDIA

14/10/2019 - Sobrevivi à leucemia e virei médica para salvar pessoas com a doença

G1 

A médica Marina Aguiar, de 31 anos, dedica grande parte de seus dias aos cuidados de pacientes que fazem tratamento contra a leucemia, em um hospital de Brasília. Quem a vê saudável pelos corredores da unidade de saúde não imagina que ela também enfrentou a mesma doença, há mais de 10 anos, e chegou a ser desenganada pelos médicos.

A decisão de cursar Medicina surgiu quando Aguiar estava em tratamento contra a leucemia, aos 18 anos.

"Percebi a importância de médicos que acreditem na recuperação dos pacientes. Isso me motivou a querer ajudar pessoas que vivem algo semelhante ao que enfrentei", conta à BBC News Brasil.

Para ir atrás do sonho de se tornar médica, ela teve de abandonar o curso de Odontologia e enfrentar o temor dos parentes, preocupados com as dificuldades que a jovem, na época ainda em tratamento, poderia enfrentar.

Antes de conquistar o diploma, Aguiar enfrentou situações que a deixaram abalada: o tratamento não deu resultados, não houve doadores compatíveis de medula óssea e um médico não acreditava que ela sobreviveria.

"Fiquei triste muitas vezes. Mas sempre tentava acreditar que tudo daria certo em algum momento", diz Aguiar.

Ela considera que o diploma de Medicina é a sua maior vitória contra a doença.

A descoberta do câncer

Durante o ensino médio, Aguiar tinha dedicação extrema aos estudos para passar em odontologia na Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela foi aprovada no vestibular e começou o curso. Era março de 2006. Em meio à alegria com o início da universidade, uma situação passou a preocupar a adolescente: as dores frequentes nas pernas.

"Fui a diferentes médicos, mas alguns diziam que eram dores psicológicas, em razão da minha preocupação com os estudos. Outros diziam que eram dores relacionadas à coluna. Cheguei a fazer fisioterapia para ver se melhorava", diz.