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02/09/2021 - SP começa 3ª dose na segunda e quer vacinar maiores de 60 anos até outubro
O calendário de vacinação da terceira dose contra a covid19 para idosos e imunossuprimidos foi apresentado nesta quarta-feira.
De acordo com o cronograma, o governo estadual começará a imunizar com a dose adicional o público acima de 90 anos na próxima segunda-feira, dia 6. Já a vacinação de outros grupos com mais de 60 anos e de imunossuprimidos acima de 18 anos acontece nas semanas seguintes e se estende até o dia 10 de outubro.
O governo de São Paulo informou que, ao todo, as terceiras doses serão destinadas a 7,2 milhões de pessoas. A primeira fase da campanha de vacinação, que vai até o dia 10 de outubro, pretende imunizar 1 milhão desse total.
A vacinação com a terceira dose, de acordo com o governo estadual, foi planejada para atender grupos acima de 60 anos que já tomaram a segunda dose da vacina há pelo menos seis meses.
Ainda assim, a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, explicou que podem ser feitos acertos no calendário, a depender das demandas dos municípios.
Segundo ela, se maiores de 60 anos completarem seis meses de vacinação somente após o dia 10 de outubro, “não há problema nenhum”. “É sempre um processo contínuo, dinâmico”, explicou a coordenadora do PEI. Para imunossuprimidos, o critério é outro. “Diferentemente da população de 60 anos ou mais, para esse público nós vamos trabalhar com eles tendo completado o esquema vacinal, das duas doses ou da dose única, há pelo menos 28 dias", acrescentou Regiane.
Ainda durante a coletiva, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, e outros especialistas da área médica, como o infectologista do Hospital Emílio Ribas Sérgio Cimerman, defenderam a importância de utilizar a Coronavac também na vacinação da terceira dose, principalmente para acelerar o processo de vacinação. “Nós não podemos deixar nenhuma vacina (de) fora, nós precisamos que todas estejam e sejam incluídos no nosso Programa Nacional de Imunização”, enfatizou Gorinchteyn, reforçando que novas variantes já estão no País.
Já o coordenador do Comitê Científico do governo estadual, João Gabbardo, citou a nota técnica 27/2021, do Ministério da Saúde, que apontou “amplificação da resposta imune” após utilização da terceira dose da Coronavac, para defender que a vacina seja administrada como dose adicional. Isso permitiria, segundo ele, antecipar a segunda dose da Pfizer em faixas mais jovens e incluir o grupo de trabalhadores da área da saúde no calendário da terceira dose.
O governo de São Paulo ainda informou que cerca de 5 mil idosos com 60 anos ou mais serão vacinados com a terceira dose da Coronovac no município de Serrana. A aplicação em massa começa na próxima segundafeira, e terá o objetivo de garantir o acompanhamento do Projeto S, estudo clínico conduzido pelo Butantan na cidade sobre imunização em massa.
Federal. Na última semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação no País da terceira dose da vacina a partir de 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Conforme a pasta, a imunização deverá ser feita preferencialmente com uma dose da Pfizer ou, de modo alternativo, com a vacina da Janssen ou da AstraZeneca. Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, ao descredenciar a Coronavac como terceira dose, o ministério tem um posicionamento que pode ser considerado “até mais político” do que técnico.
Em nota publicada pouco após a coletiva realizada pelo governo de São Paulo nesta quarta, o Ministério da Saúde informou que “não garantirá doses para os Estados e municípios que adotarem esquemas vacinais diferentes do que foi definido por representantes da União, Estados e municípios” no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da vacinação contra a covid-19.
Segundo a pasta, decisões sobre aplicação de doses adicionais para idosos e imunossuprimidos, redução de intervalo entre doses, vacinação de gestantes e adolescentes, entre outras, são baseadas em evidências científicas e ampla discussão entre especialistas.
Além de análise de cenário epidemiológico, população-alvo, disponibilidade de doses e autorização de órgãos regulatórios, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “As alterações nas recomendações do PNO podem influenciar na segurança e eficácia das vacinas na população e podem, ainda, acarretar na falta de doses para completar o esquema vacinal na população brasileira.”
Fonte: O Estado de S.Paulo