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27/05/2021 - SP negocia doses para jovens com comorbidades

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, negocia a inclusão de jovens de 16 a 18 anos com comorbidades na vacinação contra a Covid-19, com o imunizante da Pfizer.

Ele se reuniu com dirigentes da fabricante no último dia 18 e, nesta quarta-feira (26), esperava encaminhar ofício ao Ministério da Saúde, pedindo que esse grupo seja incluído no PNI, o Programa Nacional de Imunizações, que ora inclui maiores de 18 anos.

À Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o secretário enviará solicitação para que recomende a vacinação da Pfizer a portadores de comorbidades de 16 a 18 anos e que avalie liberar o imunizante a quem tem de 12 a 15 anos e está em grupo de risco.

Crianças e adolescentes com comorbidades estão mais arriscados a desenvolver quadros graves da Covid-19 e, sem vacina, têm de ser isolados ao máximo, sem possibilidade de frequentar aulas presenciais ou realizar tratamentos como fisioterapia, conforme mostrou reportagem da Folha desta segunda (24).

Diante disso, as famílias têm acionado a Defensoria Pública

e o Ministério Público de diversos estados para tentar garantir o direito à imunização.

Na reunião com Rossieli, Marta Díez, presidente da Pfizer Brasil, e Lucila Mouro, diretora da unidade de negócios de vacinas da empresa, falaram sobre a autorização em outros países para essa faixa etária, prevista inclusive na bula.

Mas no Brasil seria necessária a inclusão no PNI. As dirigentes informaram que já foi feita a submissão à Anvisa para a liberação de 12 a 18 anos – até agora, a agência autorizou para maiores de 16. Além disso, discutiram-se no encontro estudos dos EUA para o uso em menores de 12 anos.

O secretário de educação pretendia encaminhar nesta quarta (26) ofício à Pfizer para que sejam apresentadas à Anvisa as pesquisas norte-americanas com crianças e jovens, a fim de que o imunizante seja autorizado para esse público no Brasil.

“Estamos vendo esse avanço em outros países e está na hora de o Brasil colocar na mesa a discussão para que esses jovens tenham direito de retorno à escola”, disse Rossieli.

“É fundamental que o Ministério da Saúde coloque esse grupo no PNI. Temos que avançar nas autorizações da Anvisa e no planejamento dessa vacinação o quanto antes, para que ocorra no segundo semestre”, disse o secretário. “Queremos vacinar crianças e jovens com comorbidades para garantir a volta de todos à escola.”

Sem prazos, o Ministério da Saúde respondeu à Folha que o PNI está em “constante atualização”.

Além da falta de disponibilidade de doses, outro entrave para a distribuição nacional da Pfizer é a necessidade de que as doses sejam conservadas em temperaturas muito baixas, entre -40ºC e -70ºC, e por isso, atualmente, as doses se restringem às capitais.

Fonte: Folha de S.Paulo