Notícias

O Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, confirmou os dois primeiros casos da América Latina de infecção pela variante Ômicron do coronavírus ontem.

São um homem de 41 anos e uma mulher de 37, vindos da África do Sul. Um terceiro passageiro suspeito de ter se infectado pela cepa é investigado em Guarulhos, enquanto outros dois casos, em Brasília e em Belo Horizonte, também estão sob análise. Com isso, a gestão João Doria (PSDB) pediu novo estudo sobre os riscos de liberar o uso de máscaras ao ar livre, o que está previsto no Estado para o dia 11.

A nova cepa do coronavírus, identificada na última semana na África do Sul, tem colocado autoridades e cientistas em alerta. Diante do alto número de mutações dessa cepa, especialistas temem que ela seja mais transmissível ou drible a proteção oferecida pelas vacinas já produzidas, mas ainda estão em curso estudos para testar essas hipóteses. A Ômicron já está em todos os continentes, apesar de restrições aéreas impostas por diversos países nos últimos dias.

O casal cujas amostras deram positivo para a Ômicron desembarcou em Guarulhos no dia 23, vindo da África do Sul e portando resultado negativo de teste RT-PCR. Dois dias depois, quando retornariam ao país africano, um novo teste feito no aeroporto deu positivo. Segundo a Secretaria da Saúde, eles apresentavam apenas sintomas leves e, diante do diagnóstico, foram orientados a permanecer isolados em casa.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) salienta que a entrada do passageiro no Brasil foi anterior ao reconhecimento da Ômicron como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil restringe a entrada de passageiros dos seguintes países: África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

A medida tem sido criticada por especialistas, uma vez que a variante já foi rastreada em várias partes do mundo.
O Adolfo Lutz também faz o sequenciamento genético da amostra de um terceiro passageiro, que testou positivo no dia 28, após ter chegado em Guarulhos, vindo da Etiópia.

CAUTELA

Com isso, o governador João Doria (PSDB) pediu novo estudo sobre os riscos da liberação de máscaras em local aberto no próximo dia 11. ‘Não tenho ainda muita clareza do quanto a máscara contribuiria para a redução da transmissão ao ar livre, mas há outras questões que devem ser consideradas”, disse ao Estadão Paulo Menezes, coordenador do comitê científico do governo paulista.

Ele reconhece que eventual flexibilização pode ser vista como outra “sinalização de que as pessoas podem abandonar cuidados” e diz que isso será levado em consideração pelos especialistas.

OUTROS CASOS

O Distrito Federal investiga se um passageiro que passou pela África do Sul foi infectado com a Ômicron.

Ele já havia tomado três doses, está assintomático e em isolamento desde que chegou a Brasília. Anteontem, a prefeitura de Belo Horizonte também anunciou que investiga se uma passageira que desembarcou no dia 28, recém-chegada do Congo, tem a variante.

Fonte: O Estado de S.Paulo