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09/02/2022 - Tecnologia a favor da assistência médica a distância

Médicos devem usar ferramentas seguras para a prática da telemedicina e se capacitarem

Os avanços tecnológicos na área da saúde são uma realidade no cotidiano dos consultórios, clínicas e hospitais. A saúde digital é uma tendência e faz com que os pacientes fiquem mais interessados e presentes em seus tratamentos, monitoramentos e no cuidado com sua saúde.

Entre as diversas inovações, que ganham cada vez mais espaço nesse mercado, é importante destacar as novas práticas remotas, que trazem diversos benefícios para os profissionais e aos pacientes.

No entanto, para realizar atendimentos a distância de maneira eficiente e assertiva, é fundamental utilizar recursos apropriados e que possibilitem essas atividades.

É nesse contexto que as plataformas de telemedicina surgem como a solução ideal para os que fazem uso dessa inovação.

O atendimento remoto já é praticado em diversos locais ao redor do mundo há anos, de maneira que algumas necessidades pontuais e demandas específicas fossem atendidas. Países com baixo número de médicos ou profissionais que faziam trabalhos remotos, por exemplo, usam a teleconsulta há muito tempo e com sucesso.

Antonio Carlos Endrigo, diretor de Tecnologia da Informação (TI) da Associação Paulista de Medicina (APM), realizadora do Global Summit Telemedicine & Digital Health, em parceria com o Transamerica Expo Center, comenta que a questão é que, no Brasil, havia muitas restrições para essa prática, com autorizações apenas para alguns casos. Entretanto, com a pandemia de Covid-19, foi elaborada uma lei federal, sob nº 13.989/2020, que normatizou e autorizou o funcionamento da telemedicina em diversas outras modalidades, pois a população não poderia renunciar ao atendimento nesse momento.

“A regulamentação permite usar os recursos de videochamada para oferecer suporte assistencial no esclarecimento de dúvidas, monitoramento de pacientes que necessitam de acompanhamento médico, abordagem pré-clínica, diagnósticos que possam ser feitos pela análise de sintomas e consultas feitas a distância. Havia uma grande questão que envolvia o uso da telemedicina na rotina de médicos e paciente. No entanto, surpreendentemente, a aceitação foi enorme, sendo agora uma opção bem-vista para diversos segmentos e especialidades da saúde. Portanto, se tornou indispensável se adaptar a essa realidade”, aponta Endrigo.

Para os médicos, foi necessário compreender o funcionamento de determinadas tecnologias para poder oferecê-las ao público, fazendo investimentos pontuais em ferramentas de comunicação e de imagem. Para a população, foi preciso que se ajustassem a essa nova maneira de atendimento, para que recebessem a assistência adequada.

“As plataformas, os softwares utilizados pelos médicos evoluíram bastante. Há várias empresas especializadas nessas ferramentas, que permitem o registro das informações do atendimento no prontuário eletrônico pelo médico de forma segura; o acesso à agenda do profissional de medicina pelo paciente para que ele possa fazer sua consulta de maneira remota; e garantem, por áudio e vídeo, a execução da teleconsulta, teleorientação e a prática da telemedicina”, explica o diretor de TI.

Ele ressalta que essas plataformas têm evoluído bastante, que em sua maioria são de  excelente usabilidade, muito intuitivas, o que facilita para médico, pois mesmo aqueles que não têm muito conhecimento tecnológico conseguem interagir com seus pacientes.

“Estamos evoluindo cada vez mais e muitas novidades ainda estão por vir, como a internet 5G que deve chegar este ano por aqui, melhorando a qualidade dos acessos e das interações”, comenta.

Dentre os aspectos mais importantes da telemedicina estão a facilidade de acesso em serviços assistenciais, a maior resolubilidade de casos, a redução dos custos em saúde, segurança, custo e efetividade. Mas, para tanto, é preciso usar ferramentas adequadas e seguras.

Softwares de mensagem, como WhatsApp, e plataformas de videoconferência não são ferramentas para a prática da telemedicina. É fundamental que essas plataformas ofereçam a devida segurança para os dados dos pacientes e o acesso dos profissionais”, alerta Endrigo.

A ética para a prática da telessaúde e da telemedicina é a mesma para a medicina presencial e devem ser seguidas as determinações do Conselho Federal de Medicina, do Código de Ética Médica e da lei nº 13.989/2020.

“Os médicos, as clínicas e laboratórios, assim como os demais estabelecimentos de saúde devem informar ao paciente todas as limitações sobre o uso da telemedicina e seguir os mesmos padrões normativos e éticos do atendimento presencial. O arcabouço jurídico brasileiro é muito claro com relação à proteção da confidencialidade dos dados do paciente, da sua  privacidade e do sigilo médico. A quebra de qualquer uma dessas regras prevê sanções administrativas e até processuais”, explica Clóvis Constantino, diretor-adjunto de Previdência e Mutualismo da APM.

A orientação é que os  médicos pratiquem a telemedicina com mesma ética do atendimento presencial, inclusive, considerando os seus limites e benefícios.

“A assistência à saúde e médica a distância tem de ser praticada com transparência entre o médico e o paciente, com o consentimento livre e esclarecido registrado, e o uso das melhores plataformas”, afirma Constantino.

Futuro e qualificação

Os últimos eventos que ocorreram no planeta fizeram com que a forma pela qual muitas relações, pessoais e profissionais, mudassem de maneira significativa, com a adoção de ações e ferramentas que respeitassem o distanciamento e o isolamento social. Assim, entender como será o futuro da telemedicina após a pandemia é muito importante.

“O uso da tecnologia foi imprescindível para manter os níveis de segurança elevados, sobretudo na área da saúde. Visto que muitos atendimentos não poderiam esperar e qualquer demora poderia ter implicações sérias na vida dos pacientes”, lembra Endrigo, que reforça ser fundamental a regulamentação definitiva da telemedicina para se ter mais segurança jurídica e investimentos na área.

Outra questão importante defendida pelo diretor de TI é sobre a capacitação e treinamento dos médicos para o melhor uso das tecnologias.

“A APM vem trabalho no desenvolvimento de cursos para a qualificação dos médicos dessas novas ferramentas e o Global Summit sempre traz em seus painéis esses debates, ressaltando como fazer o melhor uso dessas tecnologias em benefício do melhor atendimento à população”, finaliza Endrigo.

Fonte: Global Summit Telemedicine & Digital Health