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19/04/2021 - Tertúlia acadêmica debate a Revolução Digital da Saúde

Na última quarta-feira (14), a Academia de Medicina de São Paulo (AMSP) e a Associação Paulista de Medicina (APM) realizaram mais uma Tertúlia Acadêmica, sobre “A Revolução Digital da Saúde”, com Cláudio Luiz Lottenberg, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE).

Ao iniciar sua apresentação, o especialista explicou sobre o atual o momento digital da Saúde, principalmente em relação à Telemedicina, prática muito usada em diversos países. No Brasil, se tornou conhecida e exercida por conta da pandemia e, desde então, se discute a qualidade da consulta e o preparo do médico para o atendimento digital.

“Quando falamos de Saúde digital, falamos de algo que é mais amplo do que as mecânicas de Telemedicina. A digitalização hoje tem um papel importante desde os processos administrativos até mecânicas assistenciais e acesso à informação. Aquilo que hoje talvez seja o ponto mais polêmico entre nós, membros da comunidade médica, pode estar relacionado à relação direta da assistência, questões relacionadas à segurança e privacidade dos pacientes”, introduziu o palestrante.

Telemedicina

Lottenberg trouxe estatísticas do pronto-atendimento do Hospital Albert Einstein, do impacto da pandemia de Covid-19 e da evolução em 2020 do número total de atendimento versus número de casos potencialmente relacionados à Covid-19 para sua apresentação.

Segundo pesquisas, a Telemedicina exercida pela instituição através do app Einstein Conecta tem mais de dois milhões de usuários, 230 mil pacientes atendidos sem nenhum evento adverso registrado, abrangência de mais de 2.000 municípios em todos os estados brasileiros, equipe de 250 médicos e 96 clientes corporativos.

“A pandemia acabou estimulando a Telemedicina como uma ferramenta de assistência, e sabemos que a regulamentação é algo polêmico. No Brasil, percebemos um movimento efetivo e definitivo para a adoção da Telemedicina como ferramenta fundamental para integração e prática de assistência”, explica o palestrante.

“Quem utiliza gosta, e vou além, quando usam, cerca de 65% das vezes em até dois meses, voltam a utilizar em um segundo momento”, completa. De acordo com ele, apesar de ser um assunto ainda muito polêmico, sem o atendimento digital, pesquisas apontam que 26% dos pacientes iriam buscar atendimento presencial, 30% se automedicariam e 44% parariam o tratamento.

“De certa maneira, sabemos que neste momento existe por parte da sociedade médica uma certa insegurança no que diz respeito à modalidade de atendimento que ainda não está

formalizada entre nós, como protocolos e mecânicas de adoção. Por outro lado, os pacientes começaram a ter medo de frequentar os ambientes hospitalares devido à pandemia. Em função desse receio, dentro deste contexto, entra a Telemedicina”, destaca o presidente do Conselho Deliberativo da SBIBAE.

Exemplos

Trazendo o exemplo do projeto de teledemartologia com a Prefeitura do Município de São Paulo, Cláudio Lottenberg relembrou que a iniciativa atendeu mais de 65 mil pacientes, gerando redução de tempo de espera de cerca de 12 meses para menos de uma semana.

“É interessante como a pandemia, ao lado de tanta tristeza e problemas, nos abre um novo mundo. Sabíamos que a Telemedicina existia, mas até um certo ponto não nos preocupávamos diretamente com ela. A pandemia nos apontou a direção certa e a caminhar de forma correta por ela”, ressaltou o presidente da APM e da AMSP, José Luiz Gomes do Amaral.

“A Telemedicina é um grande progresso, é uma coisa espantosa, mas se pensarmos um pouco, praticamos a Telemedicina há muito tempo. Eu atendia no consultório e, quando chegava em casa na hora do jantar, jantava com o telefone na mão, respondendo dúvidas e fazendo acompanhamento dos pacientes. O telefone faz parte da Telemedicina, na verdade foi a origem”, acrescenta o pediatra Jayme Murahovschi.

Questionado sobre o tempo, objetividade da teleconsulta e atendimento humanizado, que requer ouvir o paciente e dedicar mais tempo e atenção durante as consultas, Lottenberg explica que isso é relativo de paciente para paciente.

“Temos que entender que estamos atendendo todas as gerações, e a geração atual é bem mais objetiva, ou seja, o contexto de interação tem de certa forma uma interpretação diferente do conceito da humanização. Estamos em transição, o tempo será um elemento precioso e relacional, mas estará guardado para aqueles que precisam de uma interação presencial”, finalizou.

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