O QUE DIZ A MIDIA
03/03/2021 - Vacina de Oxford previne em 80% hospitalização de idosos
Estudo britânico com pessoas já imunizadas comprova eficácia do produto, maior aposta do governo brasileiro.
Uma pesquisa feita pela Agência de Saúde Pública da Inglaterra (PHE, na sigla em inglês) com pessoas já vacinadas mostra que a vacina AstraZene- ca/Oxford tem mais de 80% de eficácia para prevenir hospitalizações pela Covid-19 nos pacientes com mais de 80 anos após uma dose.
Outro estudo, conduzido na Escócia com 5,4 milhões de pessoas, já havia mostrado que o imu- nizante previne infecções graves. As novas evidências fizeram com que França e Alemanha, antes reticentes à imunização de idosos, decidissem rever a decisão.
A França anunciou ontem que permitirá a imunização com a vacina de Oxford de pessoas com menos de 75 anos com problemas de saúde, aumentando em dez anos a idade limite para receber a dose do produto, antes de até 65 anos. A reavaliação deve ajudar a acelerar a campanha de vacinação do país, criticada pela lentidão. Até sábado, 4,55 milhões de pessoas haviam recebido pelo menos uma dose de imunizante —a Pfizer e a Moderna também estão disponíveis no país.
— Esses resultados sào notáveis e nos permitem seguir em frente —disse o chefe da Alta Autoridade de Saúde (Haute Autorité de Santé), Dominique Le Guludec.
MUDANÇANA ALEMANHA Já Comissão Permanente de Vacinação da Alemanha anunciou que estuda alterar a recomendação de faixa etária para a vacina de Oxford, até agora limitada a pessoas com menos de 65 anos.
Em janeiro, a agência reguladora da União Européia recomendou o uso do imunizante para todos os grupos etários, mas o ceticismo em relação a ele cresceu no continente depois que Alemanha, França, Itália, Suécia e Polônia, entre outros países, decidiram não recomendar seu uso para pessoas com mais de 65 anos por “insuficiência de informação em relação à eficácia”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, disse há quase um mês que a vacina de Oxford é segura e eficaz e deve ser amplamente utilizada, incluindo em pessoas mais velhas.O imunizante desenvolvido por AstraZeneca/Oxford é a principal aposta da campanha de vacinação brasileira, e já é aplicada em idosos em todo o país.
O estudo da PHE também revelou que a proteção contra a Covid-19 sintomática nos pacientes com mais de 70 anos era de 60% a 73% para a vacina de Oxford quatro semanas após a primeira dose. No caso da Pfizer, a proteção ficou entre 57% e 61% após a primeira dose.
—Esses resultados podem ajudar a explicar o motivo de o número de internações por Covid-19 de pessoas com mais de 80 anos nas UTIs do Reino Unido ter caído para um só dígito nas últimas duas semanas —disse o ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, em uma entrevista coletiva. — Isso é realmente animador.
Ainda de acordo com Hancock, a vacina de Oxford e da Pfizer são “extremamente eficazes” no combate àCovid-19.
— Espero que, ao redor do mundo, as pessoas avaliem esses dados e entendam o que eles significam, que vacinar com AstraZeneca/Oxford ou com Pfizer é seguro. E pode salvar sua vida —disse o ministro.
Vice-diretor médico do Reino Unido, o professor Jonathan Van-Tam garantiu que os novos dados “justificavam claramente” a abordagem britânica de oferecer doses da vacina de Oxford a grupos de idade mais avançada.
VACINAÇÃO AVANÇADA
O Reino Unido já aplicou a primeira dose de imunizan- tes contra a Covid-19 em mais de 20 milhões de pessoas, ou pouco mais de 30% da população, tendo os idosos como prioridade.
Para o diretor do Oxford Vaccine Group, Andrew Pollard, os dados sobre a eficácia da vacina de Oxford ajudarão outros países a tomarem suas decisões sobre o imunizante: —A força das evidências que estamos vendo agora, com dados sendo acessados por comitês científicos em diferentes países, certamente ajudará a apoiar tomadas de decisões.
A PHE submeteu seu estudo à análise de cientistas não envolvidos com o trabalho.
Fonte: O Globo