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28/05/2017 - Walter Feldman aborda relação íntima entre futebol e sociedade em palestra no XI CPN
O último dia do XI Congresso Paulista de Neurologia teve a presença do médico e secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, que ministrou a palestra magna “Contribuição Social do Esporte Chamado Futebol”. Ele explicou que a entidade máxima do futebol nacional pretende fazer com que haja uma política esportiva na sociedade, a exemplo do que ocorreu em diversos países ao redor do mundo.
“Estamos passando por um árduo trabalho na CBF, estabelecendo processos e riscos. Queremos realizar um trabalho social, compreendendo que os esportes, como o futebol, são paixões enraizadas em nossa atividade diária. Cerca de 40% do conteúdo veiculado na internet está ligado ao esporte. O número é ainda maior na televisão. O alcance, então, é intangível”, afirmou o ex-deputado estadual por São Paulo.
Para ele, o debate que tem que ser realizado é como a questão do futebol pode dar responsabilidade social ao Brasil. “Pode ser um grande avanço. Temos meninos e meninas com períodos escolares curtos e ações como essa podem ser atividades complementares – utilizada não apenas para achar novos craques. Apenas 1% das crianças tornam-se jogadores profissionais, quando tanto. Mas a alavanca do futebol pode fazê-las cidadãos melhores humanisticamente e em suas profissões.”
A CBF pretende utilizar o prestígio do futebol local para sustentar esse projeto. “Estive em Bahrein para o Congresso da Federação Internacional de Futebol (Fifa) junto de outros 209 países. Essa entidade é maior que a Organização das Nações Unidas (ONU). E o Brasil é o líder dessa lista de participantes. Tanto pelo passado quanto pelo presente e o futuro que se avizinha. O nosso futebol, como nossa população, é de reconstrução. Atualmente, já estamos classificados para a Copa do Mundo e somos favoritos. Tal qual nosso povo, enfrentamos barreiras e dificuldades e demos a voltar por cima – o que irá certamente ocorrer na nossa política”, relatou.
No Brasil, argumentou Feldman, o grande número de craques se deve a questões genéticas, climáticas e ambientais, mas sobretudo aos fatores sociais. “Temos crianças que se fortificam fisicamente e neurologicamente por falta de condições. Elas enfrentam uma dura realidade, mas se viram, tornando-se craques. É diferente da realidade de outros países.” Segundo os dados que apresentou, 85% da população brasileira torce para algum time e o futebol é o maior lazer de 77% dos brasileiros.
O projeto a ser executado foi pensado pela CBF com a ajuda de, entre outros, os treinadpres Tite e Carlos Alberto. O intuito é estabelecer uma metodologia educacional, pensada para valorizar as características do futebol nacional. “Passaremos valores aos alunos, como formação cidadã, apoiaremos professores, faremos convênios com o Ministério do Esporte etc. Para a criança se tornar um cidadão pleno, tem de ter conhecimento em itens como história do futebol, zonas de vulnerabilidade social, crescimento, didática, modelos de jogo e habilidades de vida.”
As habilidades de vida, que são definidas pela ONU e serão passadas aos garotos e garotas, são as seguintes: autoconhecimento, relacionamento interpessoal, empatia, como lidar com sentimentos, como lidar com o estresse, comunicação eficaz, pensamento crítico, pensamento criativo, tomada de decisão e resolução de problemas.
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